QUESTÃO ENERGÉTICA

Senergisul organiza protesto contra venda da Usina de Candiota à iniciativa privada

A diretora estadual do Senergisul, Cristina Gonzales, ergueu um cartaz e conversou com autoridades durante a visita ministerial ocorrida na última quinta-feira (23), em Hulha Negra Foto: Divulgação TP

A próxima terça-feira (28) promete ser movimentada em Candiota. O jornal tenta confirmar uma informação de que um grupo de empresários fará uma visita à Usina de Candiota (Fase C), com vistas em comprar o complexo.

A unidade industrial, que possui capacidade nominal instalada de produzir 350 MW/h de energia elétrica a partir do carvão mineral, ainda pertence à CGT Eletrosul, que é subsidiária do grupo Eletrobras – privatizado em meados de 2022, no governo do presidente Jair Bolaonaro (PL). O governo do presidente Lula (PT) avalia, inclusive, um processo de reestatização da companhia, que é a maior geradora de energia da América Latina.

Como dito, o TP ainda tenta confirmar a informação da visita dos empresários, sendo que oficialmente ainda não há nenhuma publicação ou comunicado neste sentido.

MOBILIZAÇÃO – Em contrapartida, o Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), organiza um manifesto contrário à venda da indústria. O ato está marcado, segundo a diretora estadual do Senergisul e eletricitária aposentada da Usina de Candiota, Cristina Gonzales, para às 8h da manhã de terça (28), em frente a portaria principal da Usina, na Vila Residencial.

A sindicalista reforça que o convite para a manifestação é extensivo para toda a comunidade. “O Senergisul está organizando este ato de repúdio à venda da Usina de Candiota. Um movimento da comunidade candiotense e região, políticos, sindicatos, associações e movimentos sociais. Uma luta, uma união sem “P” de partido, mas uma luta pela região da Campanha, que depende econômica e socialmente da Usina. Queremos desmistificar a visão que temos de ‘vilã’, poluente, falar do nosso processo.
Defender empregos diretos e indiretos, fornecimento de matéria-prima para as cimenteiras e que contribui para a construção civil. Queremos mostrar o nosso lado bom. Não existe nada 100% renovável, em caso de crise hídrica, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ONS (Operador Nacional do Sistema) procuram por nós, apesar de não reconhecerem publicamente. A nossa é essencial sim, foi reconhecida como referência em geração térmica no 19° Congresso Nacional de Engenharia Térmica. Com tudo isso pergunto, por que vender?”, pontua Cristina, reforçando que a Usina deve permanecer no Grupo Eletrobrás “por estar sempre evoluindo e com um corpo técnico enganjado em trabalhar sempre preservando meio ambiente.”

A sindicalista esteve na última quinta-feira (23) na visita dos ministros do governo federal a Hulha Negra, quando, juntamente com outros eletricitários, portando cartazes pediu pela manutenção da Usina pública, com a reestatização da Eletrobras.

IMPASSE – Em meio a possibilidade de venda ou reestatização, a Usina de Candiota ainda vive outra incerteza sobre seu futuro, que é o fim dos contratos de compra de energia em 31 de dezembro de 2024.

Outro debate é a prorrogação dos subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) até 2040, nos mesmos moldes aprovado para a Usina Jorge Lacerda, em Santa Catarina, dentro da Transição Energética Justa (TEJ).

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