Os presidentes de dois importantes sindicatos de Candiota, comentaram ao TP sobre a passagem deste 1º de maio – Dia do Trabalhador. A grande preocupação do momento no mundo do trabalho é o desemprego devido a pandemia provocada pelo novo coronavírus e a consequente crise econômica que o mundo vai atravessar.
O presidente do Sindicato dos Municipários de Candiota (Simca), Marcelo Belmudes, fez uma análise conjuntural do momento. “É chegada a hora de demonstrar que o servidor público é essencial, visto que neste momento de pandemia, que resulta numa enorme crise, o servidor público é o que está lá na ponta, seja na área da saúde ou assistência social, comprovando assim que qualquer política pública adotada por qualquer governo é desenvolvida com a participação do servidor público. Isso é fato e ninguém pode negar, mesmos os que criticam o funcionalismo público”, afirmou.
Para Marcelo, é preocupante a questão dos trabalhadores em geral com a economia parada e a falta de emprego é real, mas, segundo ele, melhor preservar vidas do que empregos. “E para que não falte comida na mesa do trabalhador está na hora do governo federal agir com mais eficiência. O Brasil paga em torno de R$ 5 trilhões de dívida pública, o equivalente a 73,1% do PIB. Está na hora de fazer uma auditoria e esse dinheiro poderia ser investido na população , além de taxar as grandes fortunas. Estudos já feitos poderiam chegar a R$ 272 bilhões de arrecadação e ainda temos cerca de R$ 3 bilhões nos fundos eleitorais e partidários. Esses valores se fossem investidos naqueles que neste momento de crise estão precisando, com certeza os impactos seriam bem menores”, enfatiza.
Voltando aos servidores públicos, o sindicalista diz que já vê prefeituras, incluindo a local, conforme ele, cortando periculosidade, insalubridade, difícil acesso, convocações e etc. “Mas não vejo cortar cargos em comissão (CCs) ou reduzindo salários de agentes políticos. Esse momento é de solidariedade e o servidor público hoje não sustenta só a sua família. Eu já recebi relatos de colegas que estão ajudando mãe, pai, irmão. Então não é o momento para isso. Temos que ser realistas, todos seremos atingidos, mas vão ter que encontrar outras formas para manutenção dos salários em dia. É um 1° de maio de muitas incertezas, mas que não podemos passar sem saudar aqueles que fazem a diferença, que é a classe trabalhadora. Feliz Dia do Trabalhador e que sejam fortes e solidários neste momento”, afirmou.
Já o presidente do Sindicato dos Mineiros, Moisés Rodrigues, aproveitou para parabenizar todos os trabalhadores pela passagem de seu dia – nesse que, segundo ele, deve ser o pior 1° de maio dos últimos anos, por conta dessa pandemia. “Queremos mais uma vez defender o funcionalismo público, que é responsável pela distribuição de renda e que faz girar a economia do Estado e que mais uma vez vai ser usado como moeda de troca e responsabilizado pela crise após a pandemia da Covid-19. Mas tudo vai passar e vai aparecer os postos de trabalho para todos os setores, se Deus quiser”, projeta.