Três Toques – 15 a 18 SET/2023

GAÚCHOS

Chegou a semana farroupilha, a festa maior do nosso Rio Grande. Para muitos de nós a verdadeira semana da Pátria. Os de fora não entendem bem o significado desta comemoração e até criticam festejarmos uma revolução separatista. Muito bem! São coisas nossas e basta. No país não foi a única porém a mais importante.

Não sou gaúcho e pilchas, botas e tudo o mais.

Na colônia italiana era um dia como qualquer dia. Farrapos era palavra de panos rasgados.

Candiota me ensinou a compreender e amar os festejos e comemorações farroupilhas. São os peões e prendas, os mais pobres trabalhadores do campo que são a essência desta tradição. O 20 de setembro passa uma régua e nos nivela. O peão come à mesa do patrão. Não há escalas sociais. Somos todos GAÚCHOS.

GAÚCHAS

As mulheres do campo sempre estiveram e estão um degrau abaixo. Nas suas tarefas estão os cuidados da família, da casa e tarefas afins. Nos nossos tempos de hoje, felizmente as mulheres estão nivelando tarefas, com muito sucesso.

As gaúchas pobres do campo sofrem o soco da modernidade. Falta educação formal. O “progresso” não chegou para a maioria das mulheres. Esta é uma luta que virá. É certo que virá, com babados de autonomia e progresso.

Nestes festejos farroupilhas as mulheres se engalanam com seus vestidos rodados e coloridos com as cores do Rio Grande. Dançam à vontade, como só elas sabem dançar. E cantam! E declamam como ninguém.

Nos festejos farroupilhas, inverte-se a ordem dos costumes. São os homens que cozinham. Assumem as panelas nos CTGs e acampamentos com presumível competência. Por óbvio come-se churrasco à exaustão, “pucheros” e tudo o mais com muita gordura.

Às gaúchas cabem as decorações, os enfeites “coisas de mulher”.

Já vi trovas terminarem em brigas e rusgas, porque se bebe muito. Botem muuuito nisso! É o carnaval campeiro. Desfilam piquetes, CTGS, tudo a rigor. Cada um com seu cavalo amilhado, escovado, muitos à cabresto para qualquer emergência.

Respeito, amor terrunho e gratidão aos FARRAPOS que lutaram pelo Rio Grande. É a nossa luta dia a dia em busca de vida digna, com respeito pela nossa história construída com o sangue de negros, brancos, índios e estrangeiros como Garibaldi e sua Anita. Desafiar um “continente” é para fortes e valorosos gaúchos e gaúchas.

 

HONRA

Os paulistas dizem que comemoramos uma guerra que não ganhamos! Vá lá! Há um ciumezinho no ar. É humano.

Temos que falar de ANITA. Mulher. Venerada. Fiel à causa! MULHER DE VERDADE. Nossas mulheres a cantam até hoje. Ouça no youtube tantas canções.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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