*Por Odilo Dal Molin
DIEGUINHO 222
As eleições passaram, tudo está pacificado, tudo está no seu lugar. Os eleitos estão felizes, os não eleitos já começam a refletir onde erraram e, como é certo, começa uma nova jornada. Vida que segue para todos.
Quem olha a política como crítico e apaixonado pela boa POLÍTICA vai encontrar uma jóia no meio da fumaça toda que envolve uma eleição. Fabrício e Gildo eram certezas como mais votados. Luana também era certeza. Eram de longe os mais equipados para qualquer circunstância.
Quero, no entanto, falar no maior vencedor destas eleições, o vereador eleito, Dieguinho.
Para quem não conhece, Dieguinho é um menino pobre, preto e gay assumido. Mora na vila de Seival que tem pouca densidade habitacional.
Só tinha 5 bandeiras que o partido lhe deu. Sua campanha foi feita com seus pais e alguns apoiadores. Sua caminhada maior teve ao todo 10 pessoas. De casa em casa, à pé, sem máquina partidária e sem dinheiro nenhum.
O que tu achas que está faltando para a derrota nas urnas? Todos os ingredientes estavam a postos para uma derrota acachapante e talvez vexaminosa.
Só que não!
HUMILDADE
Dieguinho teve humildade. Calçou suas sandálias e caminhou pelo deserto às vezes tórrido de preconceitos, pré-julgamentos e afins. Com coragem e a cara sorridente e com humildade verdadeira, conseguiu 222 pessoas que acreditaram nele e nele votaram.
O dinheiro, o status podem muito, mas não podem tudo. A garra, a luta e a fé, e muito trabalho fazem milagres.
Dieguinho é um exemplo de que a Sociedade pode muito, mas não pode tudo. Os preconceitos de cor e pobreza e de opção sexual foram vencidos por 222 candiotenses que viram, creram e reelegeram Diego como nosso vereador.
Todos que se propuseram a concorrer tem que ser respeitados e acolhidos. Colocar seu nomezinho num cartaz e sair pedindo votos é nobre como é nobre fazer política partidária e trabalhar para todos.
CAMINHARES…
…pegadas. Quando andares, deixes pegadas, sinais para que ninguém se perca. Os teus te seguirão e saberão para onde ir.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*