*Por Odilo Dal Molin
NÃO TEM COMO NÃO
Nossos irmãos gaúchos foram atacados pelos piores humores da mãe natureza. É normal chover muito no outono gaúcho? Sim é. Só que não dessa maneira. A Natureza usou e abusou de sua prerrogativa.
Claro, ela já tinha ensaiado e exibido sua violência, seu incômodo, nas enchentes anteriores. Foram avisos bem fortes do que viria agora. Só que não entendemos o recado. Passamos o pano, secamos os pisos e reconstruímos nossas casas no mesmo lugar. Não era imaginável que isso se repetiria de forma brutal. Temos um ditado de que o raio não cai no mesmo lugar. Só que cai e com ímpeto destruidor mais forte e danoso. A vida nunca foi tão precária como é hoje. Não vale nada.
NOSSAS DORES
São expostas nossas dores. Não temos como ocultar ou dissimular nossa fraqueza e nossa impotência diante de tão forte abalo. Centenas de irmãos nossos ficaram pelo caminho. Quando não tem para onde fugir, só resta aguentar o tranco.
Vidas como a minha, como a tua, foram engolidas pelas águas e viraram estatísticas. Viraram chamadas de TV, tantos mortos e outro tanto desaparecidos. Simples assim, as águas levaram.
Sabemos que a ‘Mãe Natureza’ cobra os maus tratos e desrespeitos. Pior, cobra com juros. Ela não vê conta bancária ou CPF, leva tudo e os que a amam e protegem embarcam com os abusadores.
Quanta dor! Que sofrimento!
Não adianta apelar para Deus pois Ele botou Noé na maior enchente do Universo.
Mandou Noé fazer a balsa e salvar as espécies para não ter que criar tudo novamente. ELE sabe das coisas.
SENHOR DO UNIVERSO
Perdoe nossos erros, ouça nossos gemidos e nos ensines a respeitar e zelar pelo que é nossa casa comum. A casa de TODOS!
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*