
Com a lei, os prazos para desconto do IPTU foram prorrogados Foto: Letiére Navarrina/Especial TP
Por decisão política do governo, foi enviado à Câmara um projeto de lei complementar prevendo que em 2021 não haveria qualquer tipo de aumento ou reajuste nos valores dos tributos municipais. O projeto, que já se transformou na lei completar nº 086, de 17 de fevereiro de 2021, já foi aprovado pela unanimidade dos vereadores e vereadoras em sessões extraordinárias na última sexta-feira (12).
Desta forma, tributos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), Contribuição de Iluminação Pública (CIP) além de taxas de água, lixo e esgoto, entre outros, não sofrerão majoração no período. A lei aprovada, que altera o Código Tributário, também prevê que em 2022, o índice de reajuste será apenas a atualização monetária apurada no período entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2021.
Pelo Código Tributário, o prefeito poderá reajustar, por decreto, anualmente os tributos municipais Índice Geral de Preços de Mercado da Fundação Getúlio Vargas (IGPM-FGV) acumulado. Neste sentido, este ano, se não fosse optado pelo não reajuste, o índice que poderia ser aplicado era de 25,71%. Como exemplo, a taxa de água, que hoje em média custa R$ 36,00 para 15m³, passaria, caso houvesse aumento, para R$ 45,26.
DESCONTOS – Como a proposta de não reajuste estava em tramitação os prazos de descontos para quem faz pagamento à vista (parcela única) do IPTU tiveram que ser alteradas este ano. Habitualmente os descontos são de 20% para quem paga até 10 de fevereiro e de 10% para quem efetua pagamento até 10 de março.
Este ano, as datas foram prorrogadas para até 10 de março (20% de desconto) e 10 de abril (10% de desconto).
Também há a opção de parcelamento em 10 vezes a partir de 10 de março. Os carnês em breve estarão sendo distribuídos.

Candiota espera um aumento da arrecadação e diminuição da inadimplência com a medida Foto: Arquivo TP
DECISÃO POLÍTICA – O vereador e presidente da Câmara, Gildo Feijó (MDB), elogiou a iniciativa da Prefeitura, destacando que pela lei, o município poderia aumentar, como tem acontecido em outras cidades, porém o prefeito Luiz Carlos Folador (MDB), segundo ele, teve a sensibilidade em não reajustar, entendendo as dificuldades que a população passa devido a pandemia e a crise econômica.
O prefeito Folador destacou que tem tomado medidas de contenção dos recursos públicos, como por exemplo a não nomeação de todos os secretários e cargos em comissão (CCs), bem como diminuição de contratos, entre outras, contudo, tomando cuidado de não onerar a população, que já vem sentindo os efeitos da pandemia e da crise. Por outro lado, para não prejudicar os estudantes no seu transporte, a Prefeitura corrigiu o subsídio para a Associação dos Estudantes de Candiota (Aescan) pelo IGP-M. “Estamos fazendo a coisa correta, com parecer dos órgãos de assessoramento como a Famurs, dentro da legalidade e com o intuito de não onerar a população. Ao mesmo tempo queremos aumentar a arrecadação, diminuir a inadimplência, porque esses recursos são importantes para a prestação de serviços na cidade”, enfatizou.
CONTRIBUINTES – O TP ouviu alguns contribuintes, que opinaram, por óbvio, a grande maioria, de forma favorável sobre a decisão de não reajuste da Prefeitura.
Para o morador da Vila Residencial, Paulo Goveia, disse que é bem-vindo. “Sempre que não houver reajuste, seja do que for, somos beneficiados sim”, afirmou.
Para o empresário do ramo de transportes e morador da Vila Operária, Renato Vieira, o Dente, sempre é importante não haver reajuste, porém ele opina que isso pode acumular mais adiante. “Se isso acontecer, com reajustes mais a frente, daí não acho benefício nenhum”, opina.
Para a empresária do ramo hoteleiro e moradora da sede do município, Alice Dal Cortivo, a medida beneficia sim. “Pois não haverá suba em nossas taxas. Creio que este ano que passou foi difícil para todos, comerciantes e trabalhadores, muitos ainda dependendo de auxílio para viver e mal conseguindo pagar suas contas”, analisou.
JUROS E MULTAS – Também uma outra medida está sendo avaliada no mesmo sentido do não reajuste dos tributos. A vereadora Luana Vais (PT) entrou com anteprojeto e o prefeito Folador disse que a proposta já estava sendo estudada pelo Executivo, para que os juros e multas em dívidas ativas sejam retirados. O projeto, se tiver legalidade, deve em breve também ser remetido pela Prefeitura à Câmara.