A maior cidade da região Sul do RS, Pelotas, perdeu esta semana, uma referência na comunicação gaúcha. Fechou suas portas definitivamente, o jornal mais que centenário (133 anos), Diário Popular. Aliás, perdeu o Brasil também.
O baque da notícia do fim das operações ainda está sendo digerido pelas comunidades e também para quem é do setor como nós, que sabemos muito bem o quanto é difícil fazer jornalismo e comunicação no interior do interior.
Um jornal impresso possui um valor inestimável. O Tribuna do Pampa segue em pé e chora o tombamento de um co-irmão – tão poderoso e potente em tempo idos. O Diário Popular já imprimiu a saudosa A 1ª FOLHA, que deixou de existir em 2011 e deu lugar ao TP.
Perder uma referência, inclusive bibliográfica como esta, é muito penoso. Difícil de aceitar, mas que está dentro de um contexto mercadológico que vem se modificando rapidamente, tomado pela digitalização, pelo poderio das big techs no mercado publicitário e desvalorização do jornalismo profissional.
O debate sobre a sobrevivência de empresas de comunicação, especialmente dos jornais impressos, não é de agora. O hiperlocalismo, marca do jornalismo feito pelo TP, por exemplo, talvez seja a saída. Porém, o financiamento é sempre equação difícil.
As cidades que possuem o privilégio de contar ainda com jornais impressos, precisam também debater possibilidades para ajudar na manutenção desses veículos, que são, em última análise, guardiões da história e que fazem um trabalho precioso. Ao mesmo tempo, que é nosso dever também nos modernizar, estarmos atentos as tendências, fazer as transições necessárias entre o impresso e o digital e buscar quem sabe o cooperativismo entre os veículos para baratear os custos e otimizar o financiamento coletivo.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*