A reportagem do TP esteve agora pouco na barragem que abastece de água bruta a sede de Candiota e também vários assentamentos do município. O que se viu é desolador. Há um rastro de estragos e de destruição no local, num misto de furto com vandalismo, que ocorreu muito provavelmente na madrugada deste sábado (11).
Conforme as informações prestadas ao jornal pelos setores de Saneamento e Elétrica da Prefeitura, uma sequência de eventos ocorridos, culminou no desabastecimento de água total nas localidades e por tempo que ainda não é possível prever, porque não se sabe toda a extensão dos danos. No local, foram atacadas duas estruturas – uma que é uma subestação de energia, que pertence a Equatorial Energia e outra a casa de bombas, que retira água bruta da barragem e recalca até a estação de tratamento de água (ETA), que fica na região central da sede do município, a cerca de 2km do lugar.
Segundo verificado e a Brigada Militar já esteve no local para fazer o registro policial, a ação, como já dito, que mistura vandalismo com furto, teve, aparentemente o objetivo central, o de levar cabos elétricos de cobre de 35mm, que no chamado mercado paralelo possui um certo valor. Ao todo foram levados cerca de 80 metros, o que na avalição de técnicos é uma quantia pequena em termos de transformar isso em dinheiro.
Conforme a eletricista e chefe do Setor de Elétrica da Prefeitura de Candiota, Inês Farias, os responsáveis pela ação conhecem minimamente de eletricidade. Para poder agir, foi utilizado um arame que foi jogado na rede de alta tensão, ocasionando um curto-circuito e o desarme da energia. Com isso, se pode operar sem risco de choque. Ocorre que no local está instalado pela Prefeitura um gerador, que aciona automaticamente quando há falta de energia. O gerador foi também danificado e paralisado, quando a sua bateria foi retirada e levada. Na ETA, a falta de chegada de água bruta foi sentida por volta das 3h30 da madrugada.
SEM ÁGUA
A consequência direta da ação é que as comunidades estão sem água em suas torneiras e a previsão de retorno do sistema ainda não é possível sequer arriscar. Segundo os técnicos, somente será possível saber a medida de todos os danos no sistema, quando se restabelecer a energia. A Equatorial já foi comunicada para o restabelecimento. Também há dificuldades, por ser fim de semana e também em função da situação da tragédia climática que assola do RS, de se conseguir a reposição do cabos furtados e também outros equipamentos que por ventura foram estragados.
Segundo explica Inês, quando a energia voltar, os equipamentos serão religados, porém como houve destruição de painéis, como por exemplo onde está a inversora e a telemetria na casa de bombas, ainda não se tem dimensão dos estragos. “Pode ser que vamos conseguir o restabelecimento do sistema em algumas horas, mas também pode levar dias. Precisamos da energia para medirmos o tamanho real do estrago, o que deve ocorrer ainda na tarde deste sábado “, explica ela.