EMPREENDIMENTO

Uma nova indústria surge no pampa gaúcho em meio à pandemia em Pinheiro Machado

Além de azeitonas, outros 40 produtos em conserva serão industrializados no novo empreendimento

O empresário Luiz Eduardo Batalha montou uma indústria de conservas alimentícias na estância Guarda Velha, em Pinheiro Machado. O presidente da Assembleia Legislativa do RS, Ernani Polo, participou de um café da manhã de lançamento do novo empreendimento. Foto: Joel Vargas/Especial TP

Nem tudo é tristeza, devastação e morte durante a pandemia do novo coronavírus. No alto da Serra dos Veleda, na estância Guarda Velha, em Pinheiro Machado, onde o empresário paulista e pinheirense Luiz Eduardo Batalha se refugiou com sua família durante a emergência sanitária mundial, surgiu uma nova indústria encravada no pampa gaúcho.

Nova indústria pretende operar com outros 40 produtos em conserva secas e molhadas Foto: Joel Vargas/Especial TP

CONSERVAS – Como a comunidade regional já acompanha há quase uma década pelas páginas do Tribuna do Pampa, Batalha já havia lançado em 2013 uma indústria de azeites no local. Há cerca de cinco anos, ele e o empresário também radicado em São Paulo, de origem japonesa, Paulo Ishikawa, começaram a projetar uma indústria de conservas. Durante a pandemia, o projeto se acelerou. “Nesse tempo, oito meses e 12 dias precisamente, montamos uma indústria de conservas. Há anos, Paulo já estava nesse ramo de compra de azeitonas pelo mundo e acabou me convencendo que o tamanho do mercado do azeite, o qual eu já estou, é o mesmo que o de azeitonas em conserva e inclusive mais rentável porque aproveita o todo”, explicou Batalha.

Há 20 anos, Paulo Ishikawa importa, industrializa, fraciona e distribui azeitonas para o mercado brasileiro. Seu volume de importação é de 6 milhões de quilos por ano. As frutas vêm do Egito, Espanha, Portugal e Peru. “Enxergamos o potencial enorme de produção que existe na região e queremos, gradativamente, reduzir as importações e introduzirmos azeitonas daqui”, afirmou.

A nova indústria vai produzir a marca Olea – Conservas Nobres Foto: Joel Vargas/Especial TP

Durante a pandemia, uma estrutura gigante, com investimentos na ordem de R$ 8 milhões entre prédio, maquinários e obras ambientais, foi erguida na estância Guarda Velha, que em breve também vai oferecer o turismo rural.

Além de conserva de azeitonas para atender tanto o mercado institucional (atacado) como o varejista, a nova indústria pretende operar com outros 40 produtos em conserva secas e molhadas, como champignons, pimentas, castanhas, nozes, pepinos, entre outras dezenas de alimentos. Todos os produtos levarão a marca Olea – Conservas Nobres.

Tanto Batalha, como Ishikawa, frisam que a ideia é estimular a região a produzir esses alimentos em larga escala, gerando emprego e renda, além de diminuir a importação cotada em dólar e que encarece ao mercado nacional. “Eu quero ser um fazedor de empregos, em dois anos quero ter uns três ou quatro galpões iguais a esse e fazer disso praticamente uma cooperativa. Quero ser um facilitador, oportunizar novas possibilidades para o pequeno e médio produtor da região crescer aqui”, afirmou Batalha.

Nesta safra, a projeção é de uma produção local de 400 toneladas de azeitonas de mesa (para conserva).

Presidente da AL-RS prestigia lançamento

Placa foi descerrada para marcar a presença do presidente da AL-RS, Ernani Polo. Prefeito de Pinheiro Machado, Zé Antônio, também participou do ato. Foto: J. André TP

Na manhã desta sexta-feira (30), num café da manhã, Batalha, sua esposa Ronise e Ishikawa, fizeram o lançamento da nova indústria, que ainda está em fase de testes. Na oportunidade, foi descerrada uma placa em frente à nova indústria, marcando a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (Progressistas), que além de incentivador da olivicultura desde que foi secretário de Agricultura no governo de Sartori, se tornou também um amigo especial da família Batalha. “Ernani faz parte da nossa família e nossa ideia foi marcar hoje, aqui, a sua presença, lhe homenageando com esta placa”, explicou o empresário.

Ernani Polo assinalou ser mais um dia especial, pois a nova indústria, avalia ele, representa muito para o RS. Há muito não nos víamos em função da pandemia. Deus coloca dificuldades, mas abre outras portas. Em oito meses surgiu um novo empreendimento. Batalha não precisava estar neste processo, podia estar curtindo a vida, mas não, está pensando em gerar emprego e renda. Essa nova indústria começa num cenário gigante e tudo nos faz acreditar que isso vai dar muito certo. Estamos aqui para agradecer o Batalha e sua família por acreditar no RS”, exaltou Ernani.

O prefeito pinheirense, Zé Antônio (PDT), também marcou presença no café da manhã. “Nos sentimos felizes, porque mesmo vivendo tempos difíceis, vemos essa coisa bonita acontecer. Nós que estamos chegando ao fim do nosso mandato, isso nos deixa satisfeitos e renova nossa crença no município. Que Deus abençoe sempre a sua família Batalha. O futuro vem para ser um tempo melhor”, frisou.

Na ocasião, o padre Elautério Júnior, da paróquia Nossa Senhora da Luz, abençoou as instalações.

Casal Luiz Eduardo e Ronise Batalha, junto ao presidente da AL-RS, Ernani Polo às portas da nova indústria Foto: Joel Gomes/Especial TP

MULHERES – A nova indústria vai requerer mão de obra feminina, pois o trabalho exige. A atividade envolve seleção e embalagem dos produtos alimentícios, bem como emissão de relatórios.
O empreendimento ainda calcula o total de empregos que será gerado, porém já está recebendo currículos de mulheres com ensino médio completo, alguma experiência no ramo alimentício e disponibilidade de horários. Interessadas devem enviar currículo para o e-mail [email protected].

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