O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB), acompanhado do seu vice Paulinho Brum (PSDB) e o vereador Marcelo Gregório (PSDB), estiveram na manhã da última sexta-feira (11), na sede da CGT Eletrosul, em Florianópolis, capital de Santa Catarina, reunidos em audiência do diretor-presidente da empresa, general Antônio Krieger e mais dois diretores.
Folador chegou a interromper um recesso que estava fazendo de uma semana para poder participar do encontro. Um dos assuntos abordados foi o futuro da Usina de Candiota (Fase C), especialmente após a declaração em entrevista ao Canal Energia, do CEO da Eletrobras (holding que a CGT Eletrosul integra), Wilson Ferreira Júnior, de que a companhia não tem mais interesse em energias que não sejam renováveis e que, portanto, a Usina de Candiota não estava mais nos planos, podendo ser fechada a partir do fim de 2024 ou vendida nos moldes da UTE Pampa Sul.
O prefeito e o vice estiveram na manhã desta segunda-feira (14) na redação do Tribuna do Pampa, quando deram uma entrevista, que segundo eles, serve para tranquilizar a comunidade em relação a esse assunto, que de fato trouxe apreensão desde que o TP publicou a declaração do CEO da Eletrobras. “Queremos trazer uma palavra de tranquilidade não só para Candiota, mas para a região em relação ao futuro da Usina”, disse o prefeito, confirmando junto com Paulinho, que o encontro com a diretoria da CGT foi um dos melhores que ocorreu até hoje.
VENDA – O prefeito e o vice, confirmaram que a intenção tanto da Eletrobras como da CGT Eletrosul é ser uma referência em termos de energia renovável, se desfazendo dos ativos que não estão linha com essa diretriz, que é o caso da Usina de Candiota, movida a carvão mineral.
Entretanto, segundo ouviram do diretor-presidente da companhia, é que há um encaminhamento bem definido de não se livrar da Fase C a qualquer custo ou de qualquer maneira, até porque somente em 2021 a unidade teve um lucro de R$ 550 milhões. “O general foi muito enfático em dizer que a empresa não irá se desfazer deste empreendimento para alguém que não garanta, inclusive em contrato, que dará continuidade às atividades, além de garantia dos empregos”, assinalou Folador em tom bastante otimista.
Por sua vez, Paulinho destacou que a ideia é que a venda do ativo seja feita nos mesmos moldes que a UTE Pampa Sul, inclusive com garantias de aporte de recursos para modernizar ainda mais a planta inaugurada há pouco mais de uma década. Conforme ele, a diretoria da CGT anunciou que já há seis grupos empresariais brasileiros interessados na Usina de Candiota, sendo que três deles com maior aptidão para a compra. “A conversa foi muito proveitosa e de otimismo. A garantia de continuidade é fundamental para a chamada transição justa”, enfatiza o vice-prefeito.
Em relação ao fim dos contratos de fornecimento de energia em dezembro de 2024, Folador analisa que neste sentido é preciso fazer uma mobilização política para que Candiota tenha o mesmo tratamento que foi dado à Usina Jorge Lacerda, em Santa Catarina, que teve prorrogado o prazo de subsídio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) até 2040 e a garantia de continuidade até essa data. Contudo, o prefeito destaca que mesmo sem a CDE, a Usina é competitiva, pois é uma unidade relativamente nova e lucrativa.
O vereador Marcelo Gregório – que não esteve no jornal em Candiota porque estava em viagem, mas enviou um áudio -, reafirmou que a diretoria da CGT Eletrobras foi categórica em dizer que há no mínimo três empresas interessadas na compra da Usina. “Para nós ficou bastante claro que novas oportunidades podem se abrir com um novo proprietário, pois se acredita, além da garantia contratual de manutenção da atividade e dos empregos, haverá novos investimentos e quem sabe geração de mais empregos. Foi nos tranquilizado que não será nada traumático esse processo e que terá todo amparo jurídico, especialmente para os trabalhadores”, pontuou Marcelo.
PRÓ-CARVÃO – Nesta quarta-feira (16), uma reunião da Comissão Pró-Carvão estará sendo realizada no Sindicato dos Mineiros de Candiota, no centro da cidade. O encontro deve reunir lideranças da região para debater estratégias e articulações políticas que apontem na garantia da continuidade das atividades não só da Usina de Candiota, bem como o carvão mineral como uma indústria fundamental para o desenvolvimento regional.