QUESTÃO ENERGÉTICA

Usina Nova Seival já tem data marcada para realizar audiência pública

O evento acontecerá de forma virtual no dia 20 de maio próximo e é o último para que a Energias da Campanha obtenha a licença ambiental prévia (LP) e se habilite a disputar os leilões de energia

Projeto da UTE Nova Seival tem potência instalada de 726MW Foto: Energias da Campanha/Especial TP

Desde 2019, que a Energias da Campanha está empenhada para o desenvolvimento do projeto da Usina Termelétrica (UTE) Nova Seival, em Candiota. O empreendimento é fruto da fusão e atualização de outros dois que já obtiveram, junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), as licenças prévia (LP) e de instalação (LI) no passado, a UTE MPX Sul (727 MW) e a UTE Seival (600 MW) – ambos adquiridos suas licenças pelo grupo empresarial gaúcho.

Para o desenvolvimento da UTE Nova Seival, a Copelmi, que já atua em Candiota por meio da Seival Sul Mineração (SSM), fornecendo carvão para a UTE Pampa Sul, criou a empresa Energias da Campanha.

O TP conversou por videoconferência com o diretor técnico da Energias da Campanha, Levi Souto Júnior, que explicou um pouco esse processo de realização da audiência pública para a obtenção da licença ambiental prévia (LP) junto ao Ibama.

Levi é um executivo que possui longa experiência no desenvolvimento de projetos térmicos a carvão, inclusive tendo participado da elaboração do projeto da UTE Pampa Sul e também nos dois projetos que deram origem a UTE Nova Seival.

Como a comunidade regional já está acostumada e é sabedora, uma das etapas cruciais de um projeto do porte da UTE Nova Seival, é a obtenção da LP. O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Eia/Rima), segundo Levi, foi entregue ao Ibama no segundo semestre de 2020. “Agora em março, o órgão deu sinal verde e a partir disso temos 45 dias para realizar a audiência”, explicou.

A LP é condição inegociável para que o projeto, que tem investimentos estimados em 1,3 bilhão de dólares (algo em torno de R$ 7 bilhões em cotação atual), possa participar dos leilões de energia e assim seja tirado do papel.

 A AUDIÊNCIA – A audiência pública será realizada em Candiota em pouco mais de um mês, no próximo dia 20 de maio, a partir das 18h. Por uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), em função da pandemia da Covid-19, todo o procedimento precisa ser virtual, ou seja, as pessoas não participarão de forma física e sim por meios digitais e eletrônicos.

O diretor técnico da Energias da Campanha assinala que nem mesmo os técnicos do Ibama estarão em Candiota, sendo que participarão de forma remota desde Brasília. O evento será transmitido ao vivo pela internet. No plenário da Câmara de Candiota, de onde vai acontecer a transmissão, serão tomados todos os cuidados exigidos pelas autoridades de saúde em relação à Covid-19, mesmo porque, poucas pessoas estarão no local.

Segundo adiantou Levi, na Câmara, além dele, na mesa dos trabalhos estará o diretor-presidente da Energias da Campanha, Roberto Faria, dois técnicos ambientais que elaboraram o Eia/Rima e os prefeitos de Candiota, Luiz Carlos Folador e de Hulha Negra, Renato Machado.

Levi enumera que a audiência, nos próximos dias, terá uma ampla e massiva divulgação, quando a comunidade regional será orientada de forma didática, como ela poderá participar. “As pessoas poderão acessar a audiência em várias plataformas, seja em redes sociais, inclusive no Youtube, bem como pelo site do projeto, quando preencherão um formulário de participação, podendo encaminhar suas perguntas por ali, por outros meios e até por um telefone 0800, que será disponibilizado. Também estamos viabilizando que rádios locais façam a transmissão ao vivo. Será um processo o mais democrático possível”, enumera.

 PROJETO – Com capacidade de duas máquinas de 363MW cada, totalizando 726MW de potência instalada, a Nova Seival tem a pretensão de ser uma gigante térmica erguida em Candiota, tendo por local uma área já minerada pelo Seival Sul Mineração (SSM), próxima à BR-293.

Com tecnologia supercrítica em leito fluidizado – única no Brasil, ela possui eficiência de 40%, o que na prática reduz em 15% a mais as emissões de CO2 (dióxido de carbono) do que as usinas já em operação no país, que possuem eficiência de 35%. A cada 1% de eficiência se reduz 3% de emissões.

O reservatório de água será construído logo abaixo do atual da UTE Pampa Sul, no leito do rio Jaguarão, próximo ao Passo do Neto.

POSSIBILIDADES – Uma reportagem completa, com mais informações excluisvas sobre o empreendimento, poderá ser conferida na edição impressa do TP no próximo sábado (24).

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