ELEIÇÕES 2020

“Vamos fazer toda a extensão da MAC”, garantiu Folador sobre nova gestão em Candiota

Prefeito eleito participou da transmissão ao
vivo na última semana na redação do TP Foto: Gislene Farion TP

Na última semana, o Tribuna do Pampa cumpriu seu pri­meiro desafio em novo formato – com transmissão ao vivo em imagem e som – entrevistando o candida­to a prefeito mais votado de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB). Numa eleição disputada com o atual prefeito Adriano dos Santos (PT), Folador colo­cou à prova seu patrimônio político, quando após 30 anos de militância no PT, trocou de partido.

Numa cartada alta, o ex-prefeito venceu mais uma eleição e se consoli­dou como a maior liderança política do município. Com 52,27% dos votos, agora ao lado do vice Paulinho Brum (PSDB), 3.268 elei­tores decidiram que ele deverá retornar ao cargo mais alto da Prefeitura de Candiota – assim como foi entre os anos de 2008 e 2016.

RESULTADO Durante a entrevista, Folador foi questionado ao que atri­bui ter sido o candidato a prefeito mais votado por três vezes em Candiota. “Acredito que é graças a trajetória que eu tenho aqui desde 1989. Quan­do cheguei, trabalhava na Emater e nós atendíamos todos os assentamentos – na época Bagé, Hulha Negra e Candiota. Posteriormente, em 1993, vim morar em Candiota com a minha fa­mília e, em 1996, concorri a vereador, me elegi e assumi a Secretaria de Agropecu­ária. Naquele período, nós criamos o Comitê da Fruti­cultura, que era um sonho – muitos até diziam que era algo inatingível – e que nós juntamos forças, consegui­mos realizar e hoje é uma realidade”, relembrou.

Segundo avaliou, a campanha eleitoral foi algo desproporcional no ponto de vista econômico, do número de partidos e de candidatos. Diante disso, a estratégia foi utilizar uma ferramenta considerada a mais importante: a relação com as pessoas, porque cada um decide o seu voto. “Uma das minhas premis­sas básicas é que o mesmo tempo precioso utilizado para reclamar é o tempo precioso para buscar alter­nativas; o mesmo tempo utilizado para buscar cul­pados é o tempo precioso para buscar soluções. Foi a mesma coisa na campanha – que era desproporcional no ponto de ”, disse.

De acordo com o prefeito eleito, sua cam­panha foi feita baseada em propostas que serão cum­pridas ao longo da gestão. “Entre elas a manutenção da Miguel Arlindo Câmara (MAC), abertura de um polo educacional, atração de novos investimentos com a geração de energia através do leilão do carvão, entre outros. Acredito que esse resultado é a vontade das pessoas de renovar, porque a gente vive de ciclos e a política também deve ser assim. Todos os ciclos que criam vícios e comodismo devem ser melhorados”, avaliou.

DO PT PARA O MDB Na oportunidade, o político foi provocado a contar sobre sua saída do PT e sua ida para o MDB. “Foi um ciclo de 30 anos de dedica­ção, aprendizado, muitos amigos. Só que ao longo do tempo eu fui aprender que todos os partidos têm pessoas boas e a ampla maioria das pessoas são realmente boas. O que as vezes acontece é que, ao invés de extrairmos de cada pessoa a sua essên­cia, na política se busca destituir. No meu caso eu busco construir e assim foi durante toda a minha trajetória. Nós vivemos em uma democracia, durante 30 anos eu tratei bem a todos – independente de partidos, fui bem tratado e hoje estou junto do MDB. Se você tratar bem as pes­soas, elas vão te tratar bem. Nunca sabemos o futuro, se naquele período eu não tivesse tratado bem o MDB, eles não teriam me convidado para essa filia­ção e hoje, provavelmente, eu não estaria aqui”, disse.

Durante a conversa, ele também disse ter sido con­vidado a se filiar no PDT, PSDB e PSB. “Eu já não era mais prefeito, estava conversando com o Gildo Feijó (MDB) e disse que pensava em sair do meu partido. Ele disse que havia uma ficha guardada para mim e eu falei que se saísse do PT eu aceitaria, dei a minha palavra. As coisas foram acontecendo, con­versei com outras pessoas, não convidei ninguém para vir comigo, saí do PT tran­quilo e de cabeça erguida, fiz tudo de forma ética e correta”.

LEGISLATIVO Sobre ter a minoria na Câmara de Vereadores a partir de 1º de janeiro, Folador disse que lidará com a situação de forma muito respeitosa independente de partidos políticos. “Precisamos so­mar forças. Essa política do carvão, por exemplo, de termos um novo leilão, nós precisamos unir além da Câmara de Vereadores, todos os prefeitos e vice­-prefeitos da região, os de­putados estaduais, federais e demais forças vivas para que a gente possa lutar por essa bandeira. Em relação ao trabalho do Legislativo, o prefeito não deve inter­ferir, eles têm autonomia de eleger um presidente, a Mesa Diretora e de fazer sua composição – a qual torço para que seja su­prapartidária, mas sempre haverá de minha parte o respeito”, garantiu. Ainda segundo ele, vereadores tanto da base do governo quanto da oposição terão a liberdade de fazer as crí­ticas que entenderem per­tinentes – acreditando que assim é possível construir algo melhor.

2021-2024 A expectati­va gerada pela população candiotense diante do tra­balho que Folador, Pauli­nho e seus secretários de governo realizarão pelos próximos anos é assunto nas mais diversas rodas de conversa. Conforme lem­brou os entrevistadores do TP, os tempos atuais são bem diferentes dos oito anos que o gestor esteve à frente do Executivo, in­clusive pela crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus. Diante disso, o candidato eleito citou um trabalho voltado ao planejamento e à econo­mia. “Temos que começar a fazer o dever de casa – das folhas de papel à energia elétrica utilizada nos pré­dios da Prefeitura e gastos com combustível; fazer processos licitatórios total­mente transparentes, com uma disputa equilibrada e que possa trazer os valores para baixo; planejar me­lhor as obras e economizar para conseguir realizar”, afirmou.

Conforme afirmou Folador, a obra da MAC está entre as realizações de seu governo nessa gestão que está prestes a iniciar. “Já caminhei toda a sua extensão pagando uma promessa e também pude reparar alguns trechos. No início eu fiquei bastante assustado porque são mui­tos trechos ruins, mas tem outros mais tranquilos, mas a gente vai fazer a rodovia. Vamos fazer uma parceria com a Prefeitura de Bagé, porque eles têm uma usina asfáltica e a gente vai re­munerar a prestação de ser­viços desta usina. O certo é que o pessoal pode ficar tranquilo, durante o nosso mandato, vamos fazer toda a extensão da MAC. Toda ela será feita e muito bem feita, sem aumentar o valor dos impostos”, garantiu. A intenção é começar a obra pela Vila Residencial em direção a Vila Operária.

Sobre o abasteci­mento de água, outra im­portante demanda da popu­lação de Candiota, o futuro prefeito também comentou. “Em primeiro lugar nós va­mos criar o Comitê de Ges­tão e ele será permanente, com membros da própria Prefeitura e alguns volun­tários (profissionais) que poderão participar. Vamos investir nos geradores de energia, bombas e um sis­tema de automação, porque a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Vila Operá­ria tem condições e é nova. Tudo vai ser realizado den­tro de um planejamento, as coisas não podem ser uma decisão do governante, tem que ser de um conjunto de pessoas, mas sem demorar muito. Planeja-se e realiza­-se. Economiza o dinheiro e coloca nesse setor, que é de extrema importância para toda uma comunidade vis­to que o abastecimento de água é algo fundamental”, finalizou.

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