Na sessão ordinária da última quinta-feira (19), foi praticamente unanime a fala dos vereadores e vereadora de Hulha Negra, a respeito do desgaste e indignação que o bloqueio realizado na BR-293 está causando para os municípios de Candiota e Hulha Negra, desde o seu isolamento no último dia 24 de setembro, após rachaduras na pista.
Durante a sessão, na parte das explicações pessoais, praticamente todos os vereadores citaram o transtorno e até mesmo a destruição que o bloqueio está causando em Hulha Negra, principalmente nas estradas e ruas da cidade.
INDIGNAÇÃO
A vereadora Tanira Martins (PTB), começou falando sobre a obra do desvio que está sendo realizada na BR, dizendo que a situação é atípica e está prejudicando bastante o município, principalmente pela dificuldade de descolamento, fazendo com que o trânsito que era totalmente concentrado na rodovia, passe atualmente dentro da cidade. Na oportunidade, a vereadora citou o pedido de apoio que Hulha Negra e Candiota fizeram ao Exército Brasileiro, ressaltando o valor expressivo que precisaria ser investido com alimentação e combustível chegando a R$ 200 mil, segundo ela. “Para uma obra provisória, acredito até que não seria um investimento interessante para o município”, disse ela, pedindo para que o trânsito no desvio seja concluído e liberado o quanto antes.
Já o vereador Getúlio Porto (PDT), falou sobre as reuniões que as autoridades dos dois municípios participaram, a fim de solucionar os problemas e encontrar a melhor solução para o assunto. Em sua fala, o vereador afirmou que nesta situação a cidade de Hulha Negra está sendo mais afetada do que a de Candiota. “Na verdade, Candiota está sendo até beneficiada, pelo fluxo de calcário das usinas estarem passando por aqui”. Getúlio também mencionou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), parece estar fazendo corpo mole e parece não estar nem aí para o assunto, segundo ele, falando sobre as empresas que colocaram os seus maquinários a disposição, e que não foi aceito pela instituição. “Então Hulha Negra está totalmente prejudicada, puxando carreta de madrugada com as máquinas daqui, no Passo do Neto principalmente, porque nem a seco os bitrens sobem ali”.
O vereador Jorge Coelho (PDT), também mencionou a viagem até Porto Alegre, dizendo que escutaram muita coisa de pessoas que não conhecem a Hulha Negra, e o trabalho que se tem no município. Em relação ao desvio, o vereador disse que é uma vergonha o que está sendo feito, fazendo referência a um trabalho de tartaruga e sugerindo mais fiscalização do DNIT, sobre o tempo de trabalho. “Esses dias eu fui ali umas 16h30, e já não tinha mais ninguém trabalhando. Que preocupação o DNIT está tendo com Hulha Negra, com a região”, questionou, relembrando o pedido que foi feito para receberem o apoio do Exército. “Acho que era quase 25 mil litros de óleo, e comida para 50 soldados, sendo quatro refeições por dia. Não tinha mesmo como fazer isso, e vamos ter que dar os nossos pulos”, concluiu.
O vereador do Progressistas, Diego Rodrigues, disse que este é um assunto que não há um dia sequer que não seja discutido para que o problema seja solucionado. Destacou as diversas reuniões que participaram junto ao DNIT, sendo em Pelotas ou em Porto Alegre, e que até agora não se mobilizaram para a realização de um serviço mais rápido. Em uma das reuniões realizadas, segundo Diego, foi solicitado o aumento da carga-horária dos funcionários, inclusive com um turno trabalhando na parte da noite. “A gente fez a solicitação e o DNIT disse que iria contatar a empresa, mas pelo que eu vejo, não é nem 17h e já não tem mais maquinário no local”, dizendo que não há estrada e nem estrutura para aguentar o número de veículos dentro do município e nos desvios alternativos. “Prometeram que iriam colocar policiamento dentro da Hulha, e até agora nenhum policial a mais para fazer a segurança e o controle do trânsito”.
O vereador e presidente da Casa, Luis Gustavo Dias, disse que a discussão continua a mesma, com o fluxo de caminhões dentro da cidade. Mencionou um ofício assinado pelo deputado Afonso Hamm, com data de 24 de setembro, quando aconteceu o bloqueio total da BR, pedindo o início da construção do desvio, pois o asfalto iria precisar de reparos. “Ele não foi atendido, não foi uma coisa rápida e deu no que deu”, lamentou.
Ainda sobre o assunto, o vereador Hugo Teixeira (PT), também falou sobre o transtorno que o bloqueio está causando. Além disso, Hugo sugeriu que o superintendente regional do Estado esteja vivendo no mundo da lua, ou quer prejudicar o governo Lula. “No momento que você tem empresas como a Fagundes e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), colocando as máquinas a disposição para fazer a obra e ficando a cargo do DNIT comandar esse pessoal ele não quis, por que ele não quis?”, questionou, sugerindo que é preciso liberar o cargo para outra pessoa. Ao finalizar, o vereador também citou um recurso com o valor que ultrapassa R$4 milhões, para a manutenção das estradas que estão sendo utilizadas como desvio.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*