Visando a Transcampesina, membros do Cideja participam de simpósio internacional sobre pavimentação

Grupo formado por prefeitos e engenheiros foi até o interior de São Paulo para conhecer experiências, especialmente as de pavimentação em concreto

Comitiva do Cideja conheceu a pavimentação em concreto Foto: Fotos: Divulgação

Um grupo de prefeitos e engenheiros do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja) está desde a última quarta-feira (11), em Campinas, no interior paulista, participando do Simpósio Latino-americano de Pavimentação Urbana, promovido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por meio da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

A comitiva é liderada pelo prefeito de Candiota e presidente do Cideja, Luiz Carlos Folador, e integrada ainda pelos prefeitos Fernando Campani (Hulha Negra), Viviane Albuquerque, a Veca (Pedras Altas) e Márcio Porto (Piratini), e pelos engenheiros Marcelo Leal (Candiota), Clara Gomes (Herval), Valdemir Gonçalves (Pedras Altas) e Marcelo Gonçalves (Piratini) e Mara Bianchini (Daer). Também integra a comitiva a diretora executiva do consórcio, Débora Cappua.

Grupo visitou o Anel Viário de Piracicaba, onde há um experimento de pavimentação em concreto Foto: Débora Cappua/Cideja

Segundo o prefeito Folador, um dos principais objetivos do grupo é conhecer técnicas e experiências visando avaliar o melhor pavimento para a rodovia Transcampesina, que já possui recursos alocados para parte do projeto e pavimentação dos mais de 190km da estrada que vai integrar pelo zona rural os municípios de Aceguá, Hulha Negra, Candiota, Pedras Altas e Herval.  Além disso, a Transcampesina é uma rota alternativa de integração entre o Brasil e o Uruguai, com ligação ao Porto de Rio Grande. “Estamos tratando dessa tecnologia de pavimentação de concreto (cimento) para ser utilizada na Transcampesina e também em locais dos nossos municípios, tanto na zona urbana como rural. Está sendo excelente e estamos encaminhando possibilidades”, assinala ele.

VISITAS

Além do Simpósio, o grupo visitou na quarta, guiados pelo professor Unicamp e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Fibras para Construção Civil (ABIFibra), Carlos Marmorato, o Campus de Sorocaba da Unicamp. Lá conheceram o laboratório da Faculdade de Tecnologia – Engenharia de Transportes, onde foi explicado pela coordenadora do curso, professora Gisleiva Ferreira e demais engenheiros, sobre o projeto pavimento urbano de concreto (PUC). Ainda na quarta estiveram na Prefeitura de Piracicaba, reunidos com o setor de engenharia e técnicos onde foi apresentado o projeto de pavimentação em concreto que o município fez, que já atinge mais de 45 km até o momento, sendo visitado pelo grupo alguns desses trechos. Também, houve visita técnica na cidade de Limeira e outras acontecem até esta sexta-feira (13).

No simpósio foi possível ver experiências na prática de pavimentação

IMPRESSÕES

O prefeito Campani destaca que as estradas com esse pavimento oferecem vantagens em termos de durabilidade, resistência e controle de fissuras, tornando, segundo ele, uma opção popular para pavimentação de estradas da região da Campanha Gaúcha. Ele lembra que a região possui cimenteiras, além de gerar resíduos da produção energética carbonífera, o que pode ser uma solução ambiental quando incorporado ao concreto com fibras para uso na pavimentação. “É claro que o estudo prévio das características do solo e subsolo é fundamental para garantir o sucesso do modelo em concreto, que não é diferente nas outras modalidades de pavimento”, assinala.

A prefeita Veca destaca que a manutenção de estradas rurais consome muitos recursos públicos e que soluções duradouras como o pavimento em concreto, que pode durar de 30 a 40 anos, é uma possibilidade de muita segurança. “É sempre manutenção, manutenção e manutenção. É o faz e refaz eterno. Com essa nova estrutura seria a virada de chave para que a gente possa ter mais sustentabilidade, mais segurança e a permanência do nosso povo no campo”, aponta.

A engenheira Mara Bianchini, da Divisão de Pesquisas Rodoviárias do Departamento Autônimo de Estradas de Rodagem (Daer), salientou que é gratificante participar de eventos externos e o que está sendo desenvolvido dentro das universidades e o que está sendo aplicado em pistas executadas. “Estamos atentos no Daer às novas tecnologias e as novas aplicações para ver o que é possível. Buscamos o melhor uso do dinheiro público para que se tenha maior atendimento às comunidades, melhorando a vida do cidadão e toda a cadeia de transporte”, destaca.

TRANSCAMPESINA

Em ofício enviado ao Cideja na última semana pelo Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), foi confirmado a aprovação de cooperação técnica não reembolsável (fundo perdido) em relação ao trecho prioritário da rodovia Transcampesina. O Fonplata irá destinar 198 mil dólares (na cotação atual, cerca de R$ 1,1 milhão) para a elaboração dos estudos  técnicos para asfaltar os 52km iniciais, entre a sede da Camal, em Aceguá, e o Passo do Neto, no limite entre Hulha Negra e Candiota. Os recursos para a obra em si deste trecho, chamado de prioritário, já estão garantidos pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), no valor de 15 milhões de dólares (R$ 83,1 milhões). O Focem apenas aguarda os estudos técnicos (projeto) para liberar o dinheiro.

Também já há garantia, por parte da Bancada Gaúcha no Congresso Nacional, de mais R$ 18 milhões em emenda parlamentar para pavimentar um trecho entre o Passo do Neto até a escola Santa Izabel, em Candiota. O Cideja também já tem a garantia de aporte no valor 500 mil dólares (cerca de R$ 2,8 milhões) também de uma cooperação não reembolsável por meio do CAF (em português, Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe) para a elaboração dos estudos técnicos de todo o trajeto restante.

 

JÁ FOI NOTÍCIA NO IMPRESSO 

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