QUESTÃO ENERGÉTICA

BNDES poderá voltar a financiar térmicas a carvão

Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, deve pessoalmente assumir o papel de sensibilização do banco

O governo federal deverá lançar um programa para ampliar a eficiência das termelétricas a carvão mineral que estão em funcionamento no Brasil. A informação foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante reunião na última terça-feira (3) com integrantes das Frentes Parlamentares Pró-Carvão Mineral do Congresso e das Assembleias Legislativas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

A modernização dos parques existentes atende a uma demanda do setor carbonífero dos dois Estados. De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, que também esteve na reunião, a intenção é buscar a melhor tecnologia para o uso do carvão no Brasil, combinando maior eficiência e menor emissão de gases poluentes. Em conversa com o TP, Zancan reafirmou a ideia de que sejam repostos 900MW no Rio Grande do Sul (numa espécie de compensação as desativações das fases A e B da Usina de Candiota, São Jerônimo e Charqueadas) e outros 900MW em Santa Catarina. “O governo atual tem clara opção de investimentos neste setor, sem medo dos estigmas”, afirmou o dirigente.

No encontro com deputados e senadores em Brasília, o ministro também detalhou a sistemática para a realização do Leilão de Energia Nova A-6, previsto para 18 de outubro. O certame prevê a contratação de projetos movidos a carvão e a gás natural, com prazo de suprimento de 25 anos a contar de 1º de janeiro de 2025. O projeto da UTE Ouro Negro, prevista para ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota, está inscrita no certame.

O deputado estadual Fábio Branco (MDB), que preside a Frente Parlamentar do Carvão Mineral e da Indústria Carboquímica na Assembleia Legislativa gaúcha, afirmou que outra boa notícia foi anunciada no encontro, quando o ministro Bento Albuquerque assumiu o compromisso pessoal em sensibilizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a retomar o financiamento de projetos envolvendo o carvão mineral. “Também iremos procurar a presidência do banco nos próximos dias para tratar do tema, pois entendemos que injetar recursos na cadeia do carvão mineral significa gerar emprego e renda nas regiões carboníferas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina”, destacou o deputado.

Além de Fábio, o senador Luis Carlos Heinze (PP) também representou o Rio Grande do Sul na reunião, bem como o proprietário da Copelmi Mineração, César Faria. A comitiva catarinense foi integrada pelo presidente da Frente Parlamentar do Carvão no Congresso Nacional, Daniel Freitas (PSL), pelo presidente da Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa de SC, Rodrigo Minotto (PDT), pelo senador Espiridião Amin (PP), pelos deputados federais Angela Amin (PP) e Ricardo Guidi (PSD) e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Esmeraldino.

O deputado federal Afonso Hamm (Progressistas), que é vice-presidente da Frente do Carvão no Congresso, devido a compromissos em Bagé, não pode participar da reunião, contudo foi ouvido pelo TP, devido a sua luta constante pela causa. “Quando da visita do presidente Jair Bolsonaro recentemente à Pelotas para inaugurar um trecho da BR-116, tive a oportunidade de viajar com ele e expor a importância do carvão para o Brasil e para a região. Ele se mostrou sensível, inclusive o convidei para uma visita. Do mesmo modo, o ministro Bento Albuquerque se mostra preocupado e vai pessoalmente tratar da retomada dos financiamentos pelo BNDES”, afirmou.

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