RURAL

Convênio garante R$ 396 mil no ano para fortalecimento da bacia leiteira em Pedras Altas

Recursos possibilitarão, entre outros, a continuidade de geração de empregos e contratação de maquinários para plantio de várias culturas

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Convênio foi assinado na última semana entre Prefeitura e Amplepa Foto: Divulgação TP

Uma reunião na última quinta-feira (16) trouxe um marco para a história da Bacia Leiteira de Pedras Altas. Na ocasião, o prefeito Bebeto Perdomo assinou com a diretoria da Associação Municipal de Produtores de Leite de Pedras Altas (Amplepa), um pré-empenho no valor de R$ 396 mil para o ano de 2020 para o fortalecimento da Bacia Leiteira no município. Também estavam presentes o secretário de Agricultura Ivanilson Moreira (Kako) e o gerente da Emater de Pedras Altas, Sérgio Madruga Furtado.

O valor vai garantir um repasse mensal de R$ 33 mil para a associação. Ao Tribuna do Pampa, o prefeito Bebeto explicou que o convênio irá auxiliar no pagamento de funcionários de escritório, motoristas, ajudantes, operadores de tratores, técnico agrícola e veterinário. Além desse montante, Perdomo garantiu a continuidade do convênio de cedencia de tratores, implementos agrícolas e caminhão para o transporte do leite, visto a atividade leiteira no município viver um momento positivo. “Buscamos intensamente o fortalecimento e o crescimento da bacia leiteira de Pedras Altas, bem como da agricultura familiar, entre outras atividades agrícolas. Esse convênio auxiliará os produtores de leite no aumento da produtividade em suas propriedades, além disso, os produtores contam com o apoio maciço das secretarias municipais de Agricultura, Obras e da nossa Emater, o que é muito importante”, frisou o prefeito.

Segundo dados do mês de dezembro de 2019, a Bacia Leiteira de Pedras Altas conta com 65 produtores entregando leite, que variam de 236 a 338 litros de leite, a um preço médio de R$ 1,195 por litro.

Para o presidente da Amplepa, Evaldo Medeiros Dioscar, o convênio é importante e permite a associação ser a mais organizada e preparada da região. Segundo ele, será permitida a continuidade de geração de 12 empregos diretos, viabilizar o recebimento de horas máquinas para a preparação de terra, plantios de todas as culturas, fenação e silagem na hora certa, coleta de leite com total comprometimento e com nenhuma perca de produção por parte do produtor, atendimento técnico que gera nível de qualidade satisfatório no leite e atendimento veterinário preventivo das vacas. “Ficamos preparados para enfrentar as dificuldades dos dias atuais, com um mercado difícil, de baixo valor, mas estamos crescendo e nos tornando fortes. O convênio soma para os produtores”, afirma Dioscar.

O TRABALHO DA AMPLEPA – O TP conversou com integrantes da diretoria da Amplepa a respeito da importância do convênio para os produtores de leite. O produtor e técnico em Agropecuária Gean Blank Bellini relatou que o trabalho para melhoramento da qualidade do leite teve início em 2014, visto haver um grande volume de leite sem qualidade. “Através de uma parceria com a Prefeitura, foram contratados um técnico e um veterinário. A partir daí, por meio de conversas, palestras e oficinas, fomos apresentando ao produtor uma forma de produzir um leite de qualidade. Não foi nada fácil, mas chegou um momento em que a única saída era ter qualidade no leite ou abandonar a atividade. Por meio de uma assembleia foi aprovado pagamento por qualidade através de uma bonificação para motivar o produtor”, relatou Gean.

Produtores de leite receberam orientações de como é feito o teste CMT para detecção de mastite

DESAFIO – Ainda conforme o técnico, a falta dos resfriadores a granel foi um desafio para os produtores e associação. “A nova legislação, principalmente as normativas 76 e 77, exigia resfriadores e 19 produtores não tinham o equipamento e não teriam como adquirir de outra forma além da parcelada. Em razão disso, a Amplepa, após algumas reuniões, decidiu comprar os resfriadores com parcelamento em 10 vezes e repassar aos produtores em 24 vezes sem juros. Essa conquista, com certeza melhorou a qualidade do leite, bem como facilitou o trabalho de quem coleta o leite”, disse Gean. A Amplepa fechou o ano de 2019 com praticamente 100% dos produtores enquadrados na normativa.

Técnico durante explicação sobre a importância da desinfecção de tetos antes da ordenha para a qualidade do leite

OUTRAS AÇÕES –Segundo Bellini, também foram realizadas vacinações nos animais dos rebanhos, amochamento de terneiras, inseminação artificial para melhoramento genético do rebanho e oficinas de ordenha, onde, de forma prática, foi mostrado ao produtor o correto procedimento de retirada do leite e higienização dos animais e utensílios.

Ainda segundo o técnico, o produtor foi orientado quanto a implantação, manejo e conservação de pastagens e criação de terneiras. Bellini diz acreditar que a Associação e os produtores vivem um ótimo momento na Bacia Leiteira. “Com o apoio da Prefeitura, Camal e CCGL com pagamento em dia e um preço justo, nosso produtor esta com boas expectativas em relação ao ano que se inicia. Temos muitos desafios pela frente, por isso o produtor de leite, assim como qualquer outro, terá que se profissionalizar e gerir sua propriedade como empresa, analisando custo de produção, produtividade do animal e diversos fatores que interferem diretamente no sucesso de sua atividade”, conclui.

Com maquinários recebidos via Prefeitura, produtores conseguem fazer silagem de milho para alimentação dos
animais nos períodos de falta de alimento

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