CANDIOTA

Copelmi intensifica ações para obter licença prévia da UTE Nova Seival

Executivos da Copelmi Energia detalharam o projeto e anunciaram a intensificação dos trabalhos para obter a LP junto ao Ibama Foto: J. André TP

O prefeito Adriano dos Santos interrompeu suas férias para atender a um chamado da direção da Copelmi Energia, que pediu um encontro com lideranças das cidade, no sentido de comunicar que a empresa ia intensificar o processo de licenciamento ambiental da Usina Termelétrica (UTE) Nova Seival.

Na oportunidade compareceram ao encontro na Sala de Reuniões da Prefeitura, os consultores de Energia e do Setor Energético da Copelmi, Levi Souto e Ricardo Lessa e os gerentes da Mina de Seival, Adolfo Carvalho e Nelson Kadel, que anunciaram a decisão já esboçada em 2019, de colocar em prática a construção da usina.

Durante o encontro, que teve a presença do prefeito em exercício Gil Deison Pereira, da presidente da Câmara, Fernanda Santos e demais vereadores, além de secretários de governo e lideranças locais, a Copelmi detalhou o projeto e os passos para a obtenção do licenciamento ambiental prévio (LP) junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). “Estamos aqui com intuito de pedir permissão para que em breve nossos técnicos estejam pela cidade fazendo coleta de informações no sentido de elaborarmos o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima) junto ao Ibama”, destacou o consultor Levi Souto.

Nesta terça-feira (11), uma reunião semelhante será realizada em Hulha Negra.

CRONOGRAMA – Em dezembro de 2019, o projeto da UTE Nova Seival recebeu a autorização do Ibama para a realização do EIA/Rima. A intenção é que durante os meses de fevereiro e março se faça as coletas necessárias e até abril se protocole o estudo.

Anúncio foi apresentado nesta segunda-feira (10) Foto: J. André TP

As audiências estão projetadas para acontecerem em junho e a obtenção da LP até agosto. “Queremos estar aptos para participar do leilão A-6 de outubro e dos próximos leilões. “Queremos estar aptos ainda este ano e estamos lutando junto com o setor para que aja melhores condições de participação do carvão nos leilões, como por exemplo a regionalização, que aumenta a competitividade”, destacou Levi.

OTIMISMO – O prefeito Adriano mostrou muito otimismo em relação a forma como a Copelmi está conduzindo o processo. Para ele, a empresa demonstra muita seriedade e parece muito disposta em dar andamento ao projeto. “Candiota tem em sua vocação o carvão. Para nós este debate é muito natural. Vocês podem contar com a gente nesta empreitada, porque experiência e motivação não nos falta”, salientou.

O gerente de Controle da Mina do Seilval, Nelson Kadel, projeta o futuro da Copelmi em Candiota. “Nossa empresa completou 130 anos todos feitos na região carbonífera próxima a Porto Alegre. Os outros 130 serão aqui em Candiota”, afirma.

DE VOLTA PARA A COPELMI – Um longo caminho foi percorrido até que o projeto chegasse no estágio que está hoje. Vale lembrar que a Copelmi possui concessão de lavra de carvão em Candiota desde 1994 – quando arrendou a mina pertencente à Companhia Nacional de Mineração Candiota (CNMC) e, atualmente, através da sua subsidiária Seival Sul Mineração (SSM), abastece de carvão a UTE Pampa Sul.

O projeto da nova usina, originalmente batizado de Seival, teve parceria da Copelmi com a alemã Steag no início dos anos 2000. Com a desistência da Steag devido a demora burocrática, se pensou na construção da usina para abastecer somente o Uruguai. Naquele momento o projeto foi vendido para a antiga Tractebel (hoje Engie e dona da UTE Pampa Sul).

Nesta época, o então megaempresário Eike Batista, desenvolveu um projeto denominado de UTE MPX Sul e em seguida comprou o projeto Seival da Tractebel, ficando com dois projetos de usinas em Candiota. Em 2013, Eike estava pronto para participar do leilão, porém o preço-teto naquele ano foi muito baixo e não houve participação de nenhum projeto a carvão no leilão. No final daquele ano, o empresário começou a ter problemas econômicos e com a Justiça. Em 2014, por conta disso, não participou do leilão e a Tractebel, com um projeto novo, a UTE Pampa Sul (hoje em operação), conseguiu vender energia no leilão A-5 daquele ano. Neste sentido, a Copelmi readquiriu o projeto Seival, o rebatizando de Nova Seival e fazendo alterações técnicas, como por exemplo, mudando a tecnologia de subcrítica para supercrítica, o que garante uma eficiência de 40% na retenção de dióxido de carbono (CO2).

Assim, agora o projeto pertence novamente e somente a Copelmi Energia, que busca parceiros financeiros para a efetivação.

O PROJETO – Com investimento estimado em 1,8 bilhão de dólares – R$ 7,8 bilhões (em cotação desta segunda), o projeto da UTE Nova Seival possui capacidade instalada de 727 megawatts (MW) – duas caldeiras de 363,5 MW cada.

Como já mencionado, possui tecnologia supercrítica e tem previsão de gerar 5 mil empregos na construção e 600 na operação (complexo usina-mina). A nova usina será construída junto a mina da Seival Sul Mineração, que fica próxima a BR-293, na localidade de Seival (veja mais características e informações no quadro).

CARACTERÍSTICAS E INFORMAÇÕES IMPORTANTES DA UTE NOVA SEIVAL

* Capacidade instalada de 727 MW (duas caldeiras de 363,5 MW)
* Investimento de US$ 1,3 bilhão – estratégico para a segurança energética do Sul
* Criação de mais de 4 mil empregos na construção e 600 na fase de operação (UTE e mina)
* Combustível nacional competitivo: CVU < 80 R$/MWh
* Carvão será suprido pela Mina Seival, com reservas suficientes para atender até 2 GW por mais de 25 anos
* Tecnologia supercrítica: eficiência de 40%
* UTE localizada na boca de mina, que é a céu aberto
* Em processo de licenciamento ambiental no Ibama
* Participação no leilão A-6 de 2020 com entrada em operação comercial prevista para janeiro de 2026

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