POLÍTICA

Legislativo pinheirense vai até o Passo do Machado ouvir as demandas da comunidade

A reunião é parte do roteiro de interiorização da Câmara de Vereadores, proposta pelo presidente Mateus Garcia (PDT)

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Os nove vereadores e secretários de governo estiveram na reunião Foto: Alline Martins/Especial TP

Ir ao encontro da popu­lação que não reside na sede do município e também precisa ser ou­vida. Esse é o objetivo do projeto de interiorização da Câmara de Vereado­res de Pinheiro Machado, que nesta quinta-feira (13) realizou a sua terceira reu­nião. Desta vez, os nove parlamentares foram até o Horto Florestal, no Passo do Machado, ouvir as de­mandas e conversar sobre o trabalho realizado até agora. Na oportunidade, os secretários de Agricultura e Meio Ambiente, Saúde e o setor jurídico do mu­nicípio também estiveram presentes.

O QUE DISSE A COMUNI­DADE Em parceria com a assessoria de comunicação da Câmara, o TP teve aces­so aos principais relatos dos moradores da localida­de que fica a cerca de 14km da sede. De acordo com as informações repassadas, o fechamento da escola e a situação das estradas foram os assuntos mais comenta­dos da reunião.

As manifestações foram abertas com o pro­nunciamento do professor João Eliseu Santos – es­colhido entre os presentes para representar parte da comunidade. Da lista de assuntos elencados para tratar com os vereadores, o docente priorizou o fecha­mento da escola – institui­ção de ensino que encerrou as atividades após 65 anos de fundação. “A nossa co­munidade não aceita o fato de terem fechado a nossa escola. Digo isso, porque uma escola é uma referên­cia para uma localidade e nós ficamos sem a nossa. Já se passou um ano e meio e queremos saber, de vocês vereadores e fiscalizadores, o que foi economizado com isso. Nós precisamos saber de números e se realmente houve alguma economia”, disse o morador.

Durante outro de­poimento, Ademir Ortiz cobrou a manutenção das estradas e as atividades no Horto Florestal que estão paralisadas. Além disso, foi pedida a manutenção da ponte que faz divisa com o município de Piratini – já solicitada por representan­tes de Pinheiro Machado, em Brasília, através do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Eco­nômico, Social e Ambiental da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja).

O fechamento da escola do Passo do Machado foi um dos principais temas abordados Foto: Alline Martins/Especial TP

VEREADORES E SECRE­TÁRIOS Durante a reu­nião, o debate entre Le­gislativo, Executivo e a população foi intenso em relação ao fechamento do educandário da localida­de. Entre os vereadores, esse foi o foco. Segundo a assessora da Câmara, até mesmo membros da base do governo declararam que, na época, foram contra a atitude do prefeito.

Em contrapartida, respondendo o questio­namento do professor, o procurador jurídico do município, Alex Martins, tornou público os números da economia com a drás­tica medida. “A decisão do Executivo gerou uma redução de 30 contratos – o equivalente a R$ 30 mil em economias mensais para o município. Além disso, alguns servidores foram deslocados para prestar ser­viços nas escolas da sede”, informou.

Finalizando seu dis­curso, o procurador foi fir­me ao dizer que o governo, de modo geral, está mudan­do a sua metodologia – se­guindo recomendações do próprio gestor municipal. Segundo Alex, a orientação de Zé Antônio é trabalhar, com ou sem dinheiro, e que diante da falta de recursos deve ser utilizada a criati­vidade.

Sobre as estradas, o responsável pela pasta da Agricultura, Adroaldo Azambuja, o Dado, afirmou que apesar de todas as difi­culdades a equipe tem sido incansável para suprir as demandas da população. “Conseguimos recuperar uma máquina que estava inutilizável há muito tempo pela Prefeitura e que logo deve voltar à ativa tanto na recuperação de estradas quanto na limpeza de be­bedouros das localidades do interior. É importante destacar que essa manu­tenção teve custo zero para o município, porque foi realizada em parceria com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).”

Já o secretário de Saúde e Ação Social, Éliton Rodrigues, que ouviu que a comunidade está satisfeita com o trabalho desem­penhado por sua equipe, aproveitou para ressaltar o trabalho de prevenção e combate à dengue – que foi intenso tanto na sede quanto no interior. “Os nossos agentes de Saúde orientam com excelência a comunidade sobre as ações necessárias para combater qualquer tipo de doença e o índice de prevenção no interior supera o da sede do município, devido ao empenho e conscientiza­ção das comunidades”, salientou. Ele ainda tratou de tranquilizar os mora­dores quanto à ocorrência de casos de dengue na cidade. “Não passaram de suspeitas, que após análi­ses foram esclarecidas e devidamente constatadas que não tivemos nenhuma ocorrência até o momento”, disse Éliton.

O projeto visa escutar as demandas das comunidades mais afastadas da sede Foto: Alline Martins/Especial TP

AVALIAÇÃO Em conver­sa com a reportagem, o pro­ponente do projeto de in­teriorização da Câmara de Vereadores, Mateus Garcia (PDT), disse estar vendo de forma bastante positiva os encontros. “Aproximação é a palavra-chave. A interio­rização da Câmara por si só já oportuniza uma integração da comunidade com os poderes. A ação do Le­gislativo forma um elo com as comunidades distantes da sede do município, que não costumam participar das sessões ordinárias da Casa”, destacou. Além disso, segundo Mateus, é importante ressaltar que as demandas levantadas por cada comunidade são encaminhadas para o Exe­cutivo ou para os setores específicos. “Esta ação dá voz à população rural”, finalizou.

O parlamentar, que desde janeiro atua como presidente do Legis­lativo pinheirense, retomou a iniciativa que não ocorria há alguns anos. Todos os vereadores foram a favor da ideia. De acordo com o cronograma de interio­rização, as reuniões ainda acontecem até o mês de novembro. As comunidades da Aberta do Cerro, Chapeado, São João Batis­ta, Torrinhas e Vila Umbu também serão ouvidas du­rante o projeto.

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