DESENVOLVIMENTO

Pinheiro Machado terá o maior pomar de nogueiras em número de árvores da América Latina

Projeto prevê em três anos, 300 hectares com 55,2 mil pés plantados

Pomar terá 300 hectares até 2020 com 55,2 mil pés de nogueiras

Pomar terá 300 hectares até 2020 com 55,2 mil pés de nogueiras Foto: Fotos: Divulgação TP

A área de 700 hectares já foi adquirida e o investidor gaúcho – mas que reside atualmente em Santa Catarina -, assinala que ainda em 2018 deverá plantar 100 hectares de nogueiras. Discreto, depois de certa insistência, ele resolveu conversar por telefone com a reportagem do TP na tarde desta quarta-feira (28). Não revelando totalmente sua identidade, Roberto, como prefere ser chamado apenas, explicou como pretende realizar o investimento, que prevê ao todo, 300 hectares, o que totaliza 55,2 mil plantas produzindo noz pecã.

O fato representa o maior pomar da América Latina, se olharmos o número de árvores plantadas. O primeiro pomar atualmente, com 45 mil pés e 500 hectares (em área plantada continuará sendo o maior) está localizado em Cachoeira do Sul – que é o município polo da produção de nozes no Brasil. O pomar pertence a empresa Pecanita Agroindustrial. Pinheiro Machado já ostenta a maior plantação de oliveiras do Brasil, na estância Guarda Velha, do empresário paulista Luiz Eduardo Batalha, com 400 hectares plantados.

Verificando que o país importa 70% (principalmente do Chile) do que consome em nozes por ano, Roberto aposta que o plantio dessa cultura é um bom negócio. Pesquisando clima e condições necessárias para a produção, ele adquiriu uma propriedade no interior pinheirense para executar o projeto, que tem um custo inicial de R$ 15 milhões. “Estamos apostando, porém é com recursos próprios e assim, se algo der errado (o que não acreditamos) não ficamos devendo nada para os bancos”, destaca o investidor.

Noz pecã é um alimento nobre e utilizado nas mais variadas dietas

Noz pecã é um alimento nobre e utilizado nas mais variadas dietas

O planejamento prevê 100 hectares este ano, 100 em 2019 e os últimos 100 em 2020. “Se as condições permitirem, já plantamos os 200 hectares restantes no ano que vem”, antecipa.

O investidor fez questão de citar que as mudas para o projeto estão sendo adquiridas junto a empresa Dininut, de Cachoeira do Sul, que, segundo ele, é o maior viveiro do Brasil e lhe dará todo o suporte necessário para o plantio. Na fase de implantação do pomar, a expectativa é de se gerar de 30 a 40 empregos diretos.

Além das nogueiras, nos outros 400 hectares, Roberto estuda uma lavoura de soja ou a criação de gado.

PRODUÇÃO E INDÚSTRIA – Conforme Roberto, o investimento é de longo prazo, pois a primeira produção comercial de uma nogueira só acontece 10 anos após o seu plantio. Contudo, por ser um alimento considerado nobre e que está presente, assim como as castanhas do Pará e de caju, além de amêndoas, em praticamente todas as dietas saudáveis receitadas por nutricionistas do mundo inteiro, a comercialização e rentabilidade são praticamente garantidas. Segundo a Emater-RS, um hectare de nogueira produz entre mil e 1,5 mil quilos de nozes. “Além disso, um pomar possui durabilidade de 200 anos. Muitas gerações vão usufruir desta plantação”, projeta ele.

Passados os 10 anos e as primeiras colheitas, a pretensão dele é investir na industrialização, ou seja, montar uma fábrica para processar as nozes e agregar ainda mais valor.

Grupo de Candiota esteve em Cachoeira do Sul esta semana

Grupo de Candiota esteve em Cachoeira do Sul esta semana

CANDIOTA – Coincidência ou não, no último dia 27, a Prefeitura de Candiota, por intermédio da Secretaria de Agropecuária e Agricultura Familiar, levou 22 produtores a Cachoeira do Sul, para um curso sobre a cultura na sede da Divinut. Também foram à Cachoeira, técnicos da Prefeitura e da Emater. O objetivo é construir novas alternativas de renda para o pequeno agricultor local.

CURIOSIDADES – O Rio Grande do Sul é o maior produtor e consumidor brasileiro da fruta – geralmente associada a festas de fim de ano ou consumida em bolos e doces. Em 2005, conforme a Emater-RS, os pomares da fruta somavam 790 hectares. Mais de uma década depois, a noz pecã ocupa uma área plantada de 3,4 mil hectares no Estado, com uma produção anual de 1,7 mil toneladas. Mesmo assim, o volume é suficiente para atender a menos de 10% da demanda brasileira pela fruta.

Entre as várias vantagens do consumo diário de nozes, destaca-se que além de serem uma boa aliada no combate ao ‘mau colesterol’, também ajudam a ter uma pele jovem e saudável, a ter cabelos e unhas mais fortes e saudáveis, a prevenir diabetes, favorecem a visão e estimulam a circulação sanguínea. Por ser fonte de ômega 3, essa é uma oleaginosa protetora do cérebro. As nozes evitam que os radicais livres ataquem os neurônios, previnem o envelhecimento cerebral, o que reduz o risco de doenças como o Alzheimer e o Parkinson, além de melhorar a memória.

(Reportagem atualizada e com correções em relação ao jornal impresso)

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