PRONTO ATENDIMENTO

Procedimento com paciente gera polêmica nas redes sociais em Candiota

Idosa de Canguçu não diagnosticada como sendo de urgência e emergência com risco de morte, foi orientada a procurar um atendimento de rotina, mas depois acabou atendida

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Uma postagem em rede social no início da tarde deste domingo (17), gerou polêmica em Candiota. No desabafo, a neta afirmou que a avó de 87 anos teve atendimento negado no Pronto Atendimento (PA) 24h do município, que tem como mantenedor a Fundação Maria Anunciação Gomes de Godoy.
Se dizendo indignada, no texto a neta ainda afirmou que o não atendimento foi porque a paciente não era moradora do município. O TP apurou que a idosa é moradora de Canguçu e que estava passeando no município. A postagem rendeu quase duas centenas de comentários. Além disso, em outra postagem, a neta expôs uma foto da avó com expressão de dor.

Em contato com o diretor do PA, Deivid Blank, este relatou que em função das novas regras impostas pela 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), após a interdição do local, uma triagem é feita antes de qualquer atendimento. No caso em questão, segundo o diretor, foi avaliado que não se tratava de urgência e emergência, tendo sido, num primeiro momento, orientada para um atendimento de rotina num posto de saúde. “Ela não tinha febre e seus sinais cardiológicos estavam normais”, assinalou ele.

Após a repercussão, em comum acordo entre a direção da Fundação e o secretário municipal de Saúde, o vice-prefeito Gil Deison Pereira, a idosa acabou sendo atendida pelo médico plantonista, que receitou soro e analgésico. Conforme se apurou, a paciente vinha com dores há quatro dias no local onde fez uma cirurgia havia quatro anos para a retirada de uma hérnia. “Nossa obrigação, pelo convênio com a Prefeitura, é atender as pessoas com o cartão SUS de Candiota, independente de urgência e emergência, dentro de um número estipulado de consultas por mês. Outros pacientes, temos obrigação de atender situações de urgência e emergência com risco de morte, que não era o caso. Antes da interdição, vinham pessoas de outros municípios para serem atendidas aqui porque era rápido e garantido. Isso não tem mais e se seguíssemos assim procedendo, corremos o risco de na hora que necessite atender um candiotense, não seja possível por falta de material ou por ter esgotado o número de consultas”, alertou Deivid, sendo que pelas novas regras, quem não portar cartão do SUS e não for casos urgentes, não será possível o atendimento.
A Fundação em breve pretende fazer uma ampla divulgação sobre os novos procedimentos.

PREFEITO – O prefeito Adriano dos Santos fez questão de se manifestar publicamente sobre o episódio, quando falou ao TP. Ele lembrou que o único convênio em vigor da Fundação é com a Prefeitura, contudo, frisou que a gestão do local é independente, além de ter havido uma série de mudanças no atendimento após a interdição pelo Estado. “A nossa prerrogativa é fiscalizar o convênio. Quem fiscaliza o atendimento é a Coordenadoria Regional de Saúde, que inclusive impõe os procedimentos. Quem sou eu para julgar a decisão de um profissional da saúde? Contudo, assim que soubemos do fato, encontramos uma solução de comum acordo com a direção da Fundação. Afora a polêmica de rede social, a paciente foi atendida, assim como outros três mil atendimentos que acontecem todos os meses por lá”, disse.

O prefeito lembrou que o município em seus postos de saúde não deixa ninguém sem atendimento, sendo que no caso de idosos possui um dia da semana específico e exclusivo para o atendimento deles. Adriano chamou a atenção para a importância do funcionamento pleno do Pronto Atendimento e no que depender da Prefeitura ele seguirá com as portas abertas. “Olha como está a saúde no restante do país. Mesmo com toda esta situação de crise, aqui em Candiota todas as pessoas são bem atendidas. A Fundação está se adaptando às novas regras e temos que ter presente, inclusive a sociedade, de que ela não sobrevive sozinha, precisa do esforço e entendimento de todos”, afirmou.

Não como medida intervencionista, o prefeito disse que um profissional da Prefeitura estará a partir de agora em constante contato com a Fundação no sentido de fiscalização do convênio e para dirimir dúvidas.

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