ECONOMIA

UTE Ouro Negro não colocou energia à venda no leilão A-6

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Diretores e investidores da Ouro Negro acompanharam o leilão Foto: Divulgação TP

Com uma economia ainda fraca, a demanda de energia no Brasil está baixa. Os números do leilão A-6 realizado nesta sexta-feira (18), na Câmara de de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo, mostram exatamente isso, apesar do mercado ter comemorado, pois superou a expectativa inicial, que era de contratação média de 600 a 800 MW, tendo contratado 1150 MW médio ao final.

A Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro, projetada para ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota e que estava cadastrada, acabou não ofertando energia no leilão. “O esperado. Sem crescimento econômico não há necessidade de energia elétrica nova”, ponderou o diretor-presidente da empresa e ex-prefeito de Pedras Altas, Sílvio Marques Dias Neto, que acompanhou o leilão, que é virtual, em Porto Alegre, juntamente com outros diretores e investidores.

Com quatro horas de duração, o leilão comercializou energia de 91 empreendimentos, sendo a grande maioria da fonte eólica (44). Ainda venderam energia 11 usinas solares, 27 hidrelétricas e nove térmicas, sendo três a gás natural e o restante de biomassa.  Os investimentos estimados serão de R$ 2,14 bilhões para as fotovoltaicas, R$ 1,7 bilhão para as hídricas, R$ 4,48 bilhões para as eólicas e R$ 2,8 bilhões para as térmicas,  adicionando 2.979 MW novos na capacidade instalada.

MERCADO LIVRE – Ao assinar recentemente o contrato de construção da usina com a chinesa Sepco1, a grande novidade relatada por Sílvio ao TP é que a UTE Ouro Negro se prepara para vender energia no chamado mercado livre e por conta disso a obra deve começar em breve. “Estamos negociando a venda de energia elétrica no mercado livre com empresas do setor de mineração e beneficiamento de minérios. Já assinamos os Memorandos de Entendimento (MEs). O significado de assinarmos o contrato de EPC antes do leilão é o de que não estamos, necessariamente, vinculados a leilões. A construção da usina iniciará assim que a Ouro Negro Energia concluir suas negociações com as empresas de mineração e beneficiamento. A previsão é concluir os contratos de venda de energia elétrica em dezembro deste ano”, enfatizou na ocasião.

Em relação aos leilões, Sílvio defende que eles sejam estruturantes. “A grande saída para a evitar o declínio econômico das regiões mineiras é o Leilão Estruturante”, defende.

SOBRE A OURO NEGRO – Avaliada em mais de R$ 4 bilhões, o projeto será financiado 80% com recursos das instituições financeiras da China e restante do valor será pago com capital próprio das empresas sócias (ONE S/A, Sepco1 e Power China).

A termelétrica contará com dois geradores de 300 megawatts cada e deverá ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota, numa área de terras próxima ao arroio Candiota e da mina de carvão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) – que fornecerá a matéria prima. Durante a construção do empreendimento, deverão ser gerados cerca de quatro mil empregos diretos e 500 quando em operação.

O projeto já possui licenciamento prévio (LP) do Ibama, com a licença de instalação (LI) com pedido em tramitação. Também já possui outorga definitiva do uso da água do arroio Candiota emitido pela Agência Nacional de Águas (ANA).

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