O até então chefe de Gabinete do prefeito de Pinheiro Machado do prefeito Zé Antônio, o advogado Alex Rodrigues, reconsiderou esta semana a possibilidade de colocar o seu nome novamente a disposição do PDT local nestas eleições.
De forma pública, no dia 22 de junho, ele escreveu uma longa carta e publicou em seu perfil de Facebook, afirmando que estava desistindo de concorrer a qualquer cargo público este ano, expondo, mesmo que veladamente na ocasião, uma divergência interna nas hostes pedetistas.
A informação da reconsideração foi repassada ao TP pelo presidente da sigla no município, Paulo Martins, o Nonô, e também confirmada logo em seguida ao jornal pelo próprio Alex. A possibilidade se efetiva mais ainda porque ele pediu seu desligamento do cargo de chefe de Gabinete nesta sexta-feira (14) – prazo limite para quem quer se candidatar nas eleições deste ano e ocupava um cargo público. Vale lembrar que ele já havia ocupado nos primeiros anos do atual governo, o cargo de procurador Jurídico do município.
Além disso, é forte a possibilidade de retorno para a titularidade da Secretaria de Obras, do ex-secretário Danúbio Peres, que era até então o nome do PDT indicado para para uma possível candidatura em chapa majoritária. Danúbio havia de afastado em junho, pois obedeceu o então calendário eleitoral, que exige a saída quatro meses antes do pleito de secretários de governo que pretendiam concorrer a prefeito ou vice. O prefeito Zé Antônio ainda não confirmou o retorno de Danúbio à Obras.
DINÂMICA DA POLÍTICA – Em conversa com o TP, Alex disse que após ser procurado e ouvir o pedido do PDT, resolveu reconsiderar sua decisão por uma questão de fidelidade partidária e de colocar o partido acima das questões pessoais. “Se o PDT entender necessário que eu concorra, estou à disposição. Isso é o melhor a fazer. Se for necessário para que haja uma mudança e para que Pinheiro Machado volte ao lugar que nunca deveria saído, estou disposto. Devo isso a essa cidade que tão bem me acolheu (Alex veio de Bagé). Já me sinto filho desta terra”, disse.
Assinalando que em política as coisas são dinâmicas e o que era antes se modifica agora, Alex justificou ter recuado em sua posição. “Se o partido possui esta necessidade e me pediu, por que não revisar e colocar meu nome à disposição novamente de Pinheiro Machado?”, ponderou.
Ainda, o advogado salientou que a sua reconsideração se deu não apenas para a possibilidade de concorrer a um cargo majoritário (prefeito e vice), mas também no sentido de auxiliar no debate político, ajudando na elaboração de um plano de governo e também colaborando com os demais candidatos do PDT neste pleito. “Me desincompatibilizei do governo para entrar de cabeça e coração nesta campanha e para auxiliar o PDT pinheirense”, reforçou, dizendo que seu nome está à disposição necessariamente para uma composição majoritária, mas que não descarta também ser candidato a vereador, caso o partido assim entenda.
TABULEIRO – Se sabe claramente que a manutenção futura da aliança que elegeu e sustenta atualmente o governo Zé Antônio, formada por PDT, MDB e PSDB, ainda depende de alguns fatores e ajustes.
O nome do ex-prefeito Carlos Ernesto Betiollo (PSDB) não parece ser o problema central. A questão está na discussão de quem será o vice, bem como da composição e estruturação de uma possível futura administração.
O vereador Jaime Lucas (MDB) já disse na tribuna da Câmara que não concorre mais ao Legislativo. Ele não disse, mas se sabe que é postulante da vaga de vice na chapa encabeçada por Betiollo.
O movimento da reconsideração de Alex em ser um possível candidato a um cargo majoritário, traz um recado claro do PDT. O presidente da sigla, Paulo Martins, o Nonô, afirmou ao jornal que a questão da pesquisa para a escolha dos candidatos da aliança, proposta anteriormente, já está prejudicada, posto que o nome de Betiollo já caminha para ser consensual. “O PDT quer a manutenção da coligação e tem colocado internamente algumas situações, que não necessariamente passam pela indicação do vice, mas que tenhamos garantia de protagonismo num futuro governo. De outro modo, podemos buscar uma alternativa”, pontua.