EM VISITA A BAGÉ

Ministro Paulo Pimenta promete agenda específica em Candiota para debater o futuro do carvão

Paulo Pimenta, acompanhado de lideranças da região e do Ministério,
concedeu entrevista coletiva em Bagé no último sábado (7) Foto: Fernando Risch/Especial TP

No último sábado (7), o ministro da Secretaria Especial de Comunicação (Secom), deputado federal gaúcho Paulo Pimenta, esteve visitando Bagé para ver presencialmente a situação das famílias atingidas pelo temporal de granizo que deixou um rastro de destruição em metade da cidade. Pimenta esteve acompanhado do secretário Executivo do Ministério, Ricardo Zamora, do deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) e do secretário de Gestão e Normas da Secom, Paulinho Parera.

Na questão do temporal, o governo federal já disponibilizou mais de R$ 4 milhões em telhas e cestas básicas, sendo que, segundo o ministro, se houver necessidade pode ser liberado mais recursos.

Após as visitas, Pimenta concedeu uma entrevista coletiva nas dependências da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), quando o TP o indagou com relação aos recentes avanços em relação a, continuidades das atividades da Usina de Candiota, a tramitação da lei de transição – que tem o apoio do governo federal, e o futuro do carvão mineral, que é um importante ativo para o desenvolvimento da região.

Pimenta prometeu durante a resposta e dando importância ao tema, retornar à região até o final de outubro para uma reunião específica em Candiota. “Está na minha agenda, retornar na região para tratar deste tema”, afirmou.

PONTO DE EQUILÍBRIO

Analisando a questão do carvão, Pimenta assinala que se está diante de dois fatos. O primeiro, segundo ele, que vai muito além das fronteiras do Brasil, de transição energética e ecológica, de busca de energias renováveis e limpas. “E o Brasil tem um papel e um protagonismo muito importante neste processo. O presidente Lula hoje preside o G20 (grupo dos 20 países mais ricos do mundo), e nós vamos ter aqui no Brasil a COP 30 em 2025 – reunião da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), e esse é um tema que está muito colocado na agenda internacional”, apontou.

Contudo, ele assinalou que há outro fato objetivo a ser considerado. “Nós temos aqui na região uma reserva importante de carvão, como nós temos também no Brasil uma reserva importante de petróleo do pré-sal, e há perspectiva inclusive de outras áreas que ainda serão exploradas de petróleo no Brasil. Então, nós temos que encontrar um ponto de equilíbrio entre essa transição e esses ativos energéticos que, na medida em que tempo vai passando vão sendo substituídos ou sendo reutilizados. Nós acompanhamos muito de perto todo esse processo que envolve a região, sabemos, o Mainardi que acompanha esse assunto há muitos anos e eu também, o que significa para a região o investimento que foi feito da nossa antiga CTGEE e Eletrobras CGT Eletrosul e agora adquirida por um grupo privado importante. O que significa isso para a própria Companhia Riograndense de Mineração (CRM), quer dizer, a razão da existência da CRM é a possibilidade de ter uma usina para quem ela possa fornecer. Temos uma expectativa importante para o próximo período”, antecipa.

O ministro apontou ainda, que agora, em primeiro lugar, a tarefa é aprovar a legislação que estende para o Rio Grande do Sul os mesmos parâmetros que foram aprovados para Santa Catarina. “E segundo, que isso possa viabilizar, não só a manutenção do que nós já temos, mas eventualmente e inclusive para novos investimentos”, disse.

RELAÇÃO COM O URUGUAI

Por fim, Pimenta ainda destacou que a Usina de Candiota também é um investimento importante até para o Uruguai, lembrando que o Brasil possui uma balança comercial desequilibrada com o país vizinho. O ministro se referiu a importação de cal por meio da estatal uruguaia Administração Nacional de Álcool e Combustíveis de Portland (ANCAP) para dessulfurização para remoção do dióxido de enxofre (SO2) e o abatimento de materiais particulados.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook