Para ouvir com paciência

Os dias passam e continuamos a ver que certas coisas demoram a alinhar. Com alguns personagens que a humanidade produz não é de se estranhar. A mais famosa democracia do mundo, pelo menos é assim que sempre se apresentou, que existia nos Estados Unidos, anda de mal a pior com seu destrambelhado presidente, que insiste em se comportar como um ditador qualquer de alguma republiqueta qualquer. Todo dia o sujeito faz questão de se apresentar como alguém com péssima educação, o que não surpreende ninguém que o conheça. Esta semana ele apresentou duas relevantes, achou um genocídio de brancos na África do Sul e resolveu questionar o mandatário sul-africano em reunião na Casa Branca, onde cercado de repórteres faz das suas um dia sim, outro também. Genocídio de branco na África do Sul só pode ser piada partindo de Trump. Pelo menos é assim que o mundo civilizado e não imbecilizado entende.

Não sei quantos, Trump já mandou matar mundo afora em poucos meses de mandato, mas não foram poucos. Para presidentes dos Estados Unidos, e não só Trump, mandar matar faz parte das prerrogativas do cargo. Terroristas são os inimigos.

“Daí que nos últimos dias andei vendo programas sobre compra e venda de casas e reformas de imóveis no Canadá. Foi quando me dei conta de que somos muito pobres do ponto de vista econômico.”

Os noticiários continuam mostrando o ‘chove não molha’ das tentativas quase nada relevantes de promover a paz. A guerra para as grandes potências bélicas planetárias é um grande negócio e a vida não faz diferença quando o negócio é bom.

Como o povo gosta de notícia ruim, os telejornais não têm problemas de falarem de mortos, aqui, mortos ali. Se contar no Jornal Nacional quantas mortes foram comunicadas na edição, não baixa de uma por minuto, quando for dia de notícias leves. Daí que só assisto raramente, quando estou em alguma casa onde vêem TV. Na minha não assisto mais telejornais faz tempo.

Melhor ver a lenga-lenga da CBF e as notícias que falam do novo técnico da seleção brasileira e do menino Ney que já está velho, bichado, e continua mimado como uma criancinha de berço. Num mundo ‘sem eira, nem beira’, expressão que se usava em Minas Gerais para identificar casa de pobre, ouvir besteiras ainda é bem mais interessante que ouvir catástrofes.

Daí que nos últimos dias andei vendo programas sobre compra e venda de casas e reformas de imóveis no Canadá. Foi quando me dei conta de que somos muito pobres do ponto de vista econômico. Não consigo entender como no Canadá eles falam de dezenas de milhares de dólares em pequenas reformas ou em um milhão de dólares para comprar umas casas apenas boas perto de um lago qualquer. Para passar as férias. Logo no Canadá, um país que socializa a riqueza. No Brasil, raros vão entender o que é socializar a riqueza.

Voltando ao início, Trump que já fez a piada de que pretende anexar o Canadá, já deve ter notado que em quase todas as casas de campo no Canadá há uma ou mais bandeiras do país. Trump agora quer proibir Harvard de receber estudantes estrangeiros. Só falta ele sair por aí falando que Harvard vai acabar e ele será eterno.

Neste mundão de meu Deus é preciso ter paciência.

 

JÁ FOI CONTEÚDO NO IMPRESSO 

 

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