A falta de energia está insustentável

O que as populações dos 72 municípios gaúchos (incluindo a capital Porto Alegre) atendidos pelo Grupo Equatorial Energia estão passando, não é de desejar para o pior inimigo. Precisamos, claro, que considerar que os eventos climáticos estão mais constantes, porém é injustificável as situações que acontecem e se sucedem com tanta frequência.

Não há dúvidas que a decisão de privatizar a gloriosa Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) foi um equívoco. A CEEE foi criada pelo saudoso governador Leonel de Moura Brizola, nos idos da década de 1960 – inclusive estatizando um serviço que era privado na época. O seu sucateamento ao longo de anos, além de um corporativismo e uma indústria de ações trabalhistas, quebraram a empresa e deram os argumentos que os neoliberais sempre forjam para vender patrimônio público.

Contudo, nos parece que esta privatização em específico vai além do erro ideológico, qual seja, privatizar um serviço que é monopólio e o consumidor não tem escolha de concorrência. Ela é errática do ponto de vista estratégico e de mercado também, porque não é planejada.

Quem assume, como sempre, é no afã do lucro imediato, como é a lógica mercantil, porém, a área de concessão da CEEE é um desastre em termos de infraestrutura e distribuição de energia. A grande maioria dos postes são de madeira e estão podres, as redes são ultrapassadas e comprometidas, há muita vegetação sobre os fios, entre uma série de outros problemas, que no tempo da CEEE, por ter profissionais melhor remunerados, treinados e também acostumados com essas adversidades, o impacto ao consumidor era bem menor.

A situação do jeito que está não é mais possível. Não há desenvolvimento sem energia elétrica de qualidade.  Os prejuízos acumulados pela sociedade estão ficando pesados demais. Uma solução concreta e firme precisa ser tomada pelas instituições em relação a esse serviço essencial, porque as pessoas já não suportam mais tamanho descaso.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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