A fome e a fraternidade

A Campanha da Fraternidade deste ano de 2023, debruça-se sobre uma questão social de imenso valor, merecedora da atenção mais profunda possível, que deveria ser discutida em todas as instâncias possíveis, assim por exemplo, dentro das associações comunitárias de bairros, escolas, grupo de jovens religiosos, grupos de catequese, dentro dos órgãos legislativos parlamentares representativos do anseio popular, conselhos populares, poderes executivo e judiciário, enfim, de forma permanente.

É sabido que a recente pandemia que assolou ao mundo fez, além de milhares de vítimas fatais, as vítimas do desemprego, da falta de um lar, da carência de afeto e amor, da impossibilidade de assistência médica em alguns casos por pessoas que não conseguiam acessar ao sistema de saúde, afetados ainda pelas sequelas da doença que por vezes impediu essas pessoas de um tratamento psicológico adequado, além de inúmeros outros casos que todos sabemos ter existido com intensidade de tristeza como nunca fora visto antes.

As recentes enchentes, que causaram destruição e mortes no RSul, também produziram diretamente a fome de muitas famílias que tudo perderam, casas, móveis, instrumentos de trabalho, levados assim ao estado de miséria absoluta.

Em todos estes casos até aqui narrados, sempre foi possível observar de parte da população brasileira que logrou escapar das tragédias, um grau de solidariedade imenso e que nos faz crer sem nenhuma dúvida, o quão bom e carinhoso é esse povo brasileiro, e o quanto ele é capaz de tomar iniciativas urgentes para socorrer aos desabrigados e atingidos pela miséria e pela fome. A mídia neste aspecto, sempre mostrou a capacidade de indignação imediata da população, através da ajuda solidária e abastecimento aos necessitados.

Então, quando a Campanha da Fraternidade coloca como tema “Fraternidade e Fome,” e como lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer”, nada mais justo do que cada um de nós sejamos tomados desse sentimento de solidariedade capaz de amenizar a dor dos irmãos sofridos e amargurados pelas fragilidades impostas, pelas perdas de bens materiais e de entes queridos da família, pela consequente fome e necessidade digna de sobrevivência, e deste modo, levemos a eles a solidariedade em forma de amor, de afeto e de doações que lhe permitam saciar a situação de miséria que vivem. Ninguém é tão pobre que não possa ajudar, ninguém é tão rico que não precise de ajuda.

“Na minha casa me ensinaram que se eu tenho um pão e você não tem nada, nós dois temos meio pão.”

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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