O obscurantismo e as trevas

Vivemos tempos verdadeiramente esquisitos ou estranhos para não usar uma terminologia pior. Está à frente dos nossos olhos a ideia da crueldade, da intolerância, do mal insano, da loucura e da ganância sem fim, da injustiça como prática comum capaz de justificar qualquer medida por mais horripilante e devastadora que possa ser.

Outra vez, e esse filme já vimos antes aqui em Pindorama, constata-se a existência de gente tida como importante e outrora inteligente, que continua a duvidar da ciência, pessoas aquelas que sequer possuem formação que possa contestar com argumentos técnicos, a sabedoria dos cientistas.

Mas são capazes de duvidar, sem confiar nos estudos que a séculos a ciência vem mostrando e demonstrando a veracidade das suas pesquisas.

Embutem suas dúvidas na chamada “teoria da conspiração”, que, por sua vez, está inserida na verdadeira preguiça individual dos seus intelectos, onde geralmente a tendência é a de encontrar respostas simples para problemas difíceis. Seria algo como a definição da filosofia socrática, qual seja, quanto menos de sabe, mais se crê no que se sabe. São pessoas que superestimam suas habilidades e assim, minimizam suas falhas grosseiras.

” “Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” (Hannah Arendt) “

O sadismo do gozo com o sofrimento e a morte alheia são componentes da banalidade, da normalidade do mal e do caos, exatamente como ocorreu antes durante o nazismo, quando o mal era praticado em abundância pelos burocratas daquele tempo obscuro e triste.

Mas o mais incrível aos meus olhos, é que exatamente tais atos e impulsos extremamente nocivos ao mundo, foram se formando e assim, trazidos à tona através de uma perspectiva que está a se organizar como se fosse um “projeto” de sociedade com força nada desprezível.

São pessoas que não sabem sequer o seu tamanho, mas que se inflam do nada. Individualismo exagerado e extremo, onde o ego de cada um deles é a fonte de saber de tudo.

E com uam agravante que apesar de torná-los patéticos, é usado como despiste para a prática das ilicitudes permanentes: usam o nome de Deus, da pátria e da família como escudo para esconder suas crueldaades.

Diria que é por demais importante e crucial que saibamos refletir profundamente sobre a tristeza do que já ocorreu conosco e que continua acontecendo em outras partes do mundo.

Aos que realmente são humanos e humanitários, é imprescindível pisar o freio da emergência dessa locomotiva destruidora da história, e da qual, somos passageiros sobreviventes.

É o primeiro grande passo para que possamos pensar em voltar a sonhar uma vida, a qual, possa valer a pena ser vivida.

É preciso despertar.

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