A leitura e a Educação

Na última quarta, depois do futebol assisti o telejornal, coisa que raramente tenho feito. Das mortes, que são as notícias mais em evidência nestes programas, a que me chamou a atenção foi a de Henry Kissinger. Quem tem a minha idade conviveu com este personagem, um dos mais importantes da política externa dos Estados Unidos do século passado. Com cem anos Kissinger só poderia ter a reclamar que durou muito tempo. O corpo reclama e o dele dava mostras evidentes de que reclamava.

Como sempre se aproveita alguma coisa, me chamou a atenção uma matéria que informava que no Brasil temos um dos menores índices de leitura do mundo. Grande novidade. E que menos de 10% dos brasileiros entre 15 e 16 anos leem mais de 100 páginas por ano. Creio que tratavam de livros porque de fofocas e picuinhas na internet devem ler muito mais. Há países onde mais de 70% dos jovens nesta idade leem mais de 100 páginas por ano. Por aqui, me parece, a promiscuidade nesta faixa etária é muito mais importante que a leitura.

Mas a promiscuidade não vem só. Há muitos outros fatores associados à falta de leitura que levam o país a ser o que é. Quando sabemos que não podemos tirar muito do povo que temos, vamos ter de conviver com o sucesso das exceções e o fracasso das maiorias. Não é por acaso que todos os países que se deram ao respeito em algum momento de suas histórias investiram em educação e na cultura de seus cidadãos.

Vou deixar o macro e focar no nosso pequeno universo regional.

O que se oferece no ensino básico na região de atuação do jornal é pouco e é o mesmo de faz tempo. Por exemplo, Candiota nunca assumiu compromisso com a educação na sede do município. Alguma coisa básica em se tratando de creche. No município ainda imperam pequenas escolas estaduais e municipais com infraestrutura precária.

Em Hulha Negra, a principal escola, Monteiro Lobato, deixou de ser protagonista há muito tempo. O transporte escolar é muito maior que há 15 anos para transportar menos alunos e não há um projeto para valorizar a Escola Estadual 15 de Junho, na Conquista da Fronteira.

Lendo o jornal, Hulha Negra e Candiota me parecem desertos de ideias para a evolução da educação.

Não sei como andam as coisas em Pedras Altas. Imagino que os professores de Pedras Altas são bem remunerados, considerando a receita do município e o número de alunos. Pinheiro Machado me parece o mesmo do mesmo faz tempo em se tratando de ensino básico. De novo, o Polo da Universidade Aberta do Brasil, que não é pouca coisa.

Como no ano que vem tem eleições, é bom que os candidatos tenham o que oferecer além do que temos em andamento na área da educação. Se em cada município houver uma escola sendo tratada no nível de excelência já me parece bom. Mas é preciso que prefeitos, secretários de educação, professores, vereadores, pais e alunos procurem conhecer o que é uma escola de excelência.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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