AONDE ELAS QUISEREM

“A nossa luta sempre foi e sempre será por respeito e oportunidades iguais”: Lilian Maciel, soldadora em Candiota

Em sua unidade de trabalho, ela é a única mulher trabalhando na área da solda

Lilian já atua na profissão há 16 anos Foto: Divulgação TP

Nesta edição, mais uma história sobre mulheres que se destacam em suas profissões será contada, mas desta vez na área da metalurgia. “Isso não é pra ti”, essa é uma das frases que a soldadora Lilian Maciel, precisou escutar ao longo dos 16 anos atuando na profissão da solda, elencada, entre outras tantas, como uma atividade a ser praticada apenas por homens. Atualmente, ela trabalha na empresa Manserv, na unidade da Âmbar Energia, em Candiota.

A história de Lilian, 38 anos, com a solda começou quando ela saiu de Jaguarão, sua cidade natal, para tentar oportunidades melhores de emprego em Rio Grande. Chegando lá, começou a trabalhar no comércio e conheceu pessoas que a incentivaram a fazer cursos profissionalizantes na fundação do Estaleiro Rio Grande (ERG). Segundo ela, nesta época a cidade estava em pleno crescimento e contava com diversas escolas profissionalizantes, logo, ficou fácil escolher qual caminho seguir, sendo assim, a solda. “Comecei minha vida na metalurgia com 22 anos como ajudante de solda, passei a ponteadora, operadora de solda, soldadora nível 1, 2, 3, 4 e técnica em soldagem, e de lá para cá se passaram 16 anos”, disse ela.

Ao falar sobre os inúmeros comentários negativos que já ouviu em relação à profissão, o “isso não é para ti” foi o mais recorrente. “Nunca me abalei, na verdade, quanto mais me diziam que eu não podia ou que eu não era capaz, mais eu queria provar para mim mesma que eles estavam enganados”. Ainda, Lilian, mais conhecida como Polaca, destacou que não é romântico o que as mulheres passam dentro das indústrias pelo mundo inteiro, mas que quando conseguem escrever o seu nome na história, pontes são criadas para que outras possam chegar e mostrar o seu trabalho e potencial. “A nossa luta sempre foi e sempre será por respeito e oportunidades iguais para todos”, ressaltou, mencionando que na sua turma de curso haviam várias mulheres, mas apenas ela chegou até a conclusão.

Sobre a escolha por Candiota, a soldadora respondeu que o primeiro contato com a cidade foi em 2009, quando trabalhou na construção da Fase C, e segundo ela, se apaixonou pela calmaria. “Quando tive a oportunidade de retornar, foi para trabalhar na construção da usina Pampa Sul e há sete anos aqui é o meu lar”, finalizou. Lilian atualmente é moradora da localidade de Seival, onde vive com o marido e a filha Ariel.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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