ESPECIAL SKATE

A prática do skate e a falta de investimentos na região

Lelinho foi o primeiro skatista eleito vereador no Brasil Foto: Divulgação TP

Bagé é considerada a cidade referência na região e sempre foi através de Bagé que eventos regionais e ações sobre o skate foram realizadas. Segundo Lelinho, o grupo ficou engessado por falta de apoio. “Prefeitos não olharam para o esporte da maneira certa, investimentos quase que zero em toda a região, vivemos na região da Campanha e, consequentemente, as coisas por aqui acabam demorando mais que nos grandes centros ou até mesmo em outros lugares do Estado. O melhor momento do skate em Bagé e região foi de 2010 até 2016, depois disso as portas se fecharam”, relatou.

No que se refere a discriminação e apoio, o vereador ainda completou. “O skate sempre foi um esporte discriminado, por vários momentos no passado e até pouco tempo fui discriminado por pessoas que tem o pensamento que skatista é marginal e drogado. A maioria das pessoas julgam tudo e todos hoje com a sua régua e enquanto isso continuar, a sociedade vai demorar mais para evoluir e todos perdem com isso”, alertou.

Em entrevista com Lelinho, o TP ainda questionou o esportista e vereador sobre o que pode ser mudado ou ampliado na região para a modalidade. Ele disse que cada cidade precisa organizar a sua associação, assim como as Prefeituras devem chamar quem anda e conhece de skate para que algumas ações sejam iniciadas. Lelinho também sugeriu que competições de skate sejam colocadas no calendário oficial de eventos do município, que a prática seja descentralizada da periferia, assim como lojas que comercializem artigos e marcas de skate atentem para a importância de apoiar competições e atletas locais. Quanto ao setor público, Lelinho destacou que os governos devem revitalizar os espaços públicos já existentes, lutar para construir novas pistas, trabalhar o skate como projeto e ferramenta de inclusão social, garantir transporte para skatistas que competem poderem representar a cidade em competições oficiais em outros lugares e identificar um skatista com potencial para dar aulas, ensinando a prática consciente do skate através de programas de governo, usando o esporte na prevenção a violência e as drogas.

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