A seca nossa de cada três anos

Há vários relatos de produtores rurais e da própria população, que um período tão seco como está fazendo nos últimos meses, não tinha sido registrado ao menos nos últimos 30 anos. Sabemos todos nós, que a nossa região possui um histórico bem longo, inclusive com registros, de que a cada 10 anos, três são secos.
Contudo, parece que agora a situação se complicou bastante e o que era estiagem, ou seja, períodos longos sem chuvas, se transformou em seca, ao menos em algumas localidades dos municípios da região, que já não enxergam alguma chuva mais significativa nos últimos dois meses.

Os relatos, especialmente dos produtores rurais, são bem dramáticos, trazendo à tona uma realidade que não conseguimos amenizar ao longo de tanto tempo, mesmo de posse dos dados históricos, que nos indicam que invariavelmente temos estiagem de tempos em tempos. Já falta água para os animais e também para as pessoas. A bacia leiteira foi muito atingida, sendo que muitas vezes é a principal renda mensal daquela família. A maior cidade da região, Bagé, já está com racionamento de 12h e Hulha Negra também mantém um regime de economia na água distribuída para a comunidade urbana e com sérios problemas no interior, assim como Candiota, Pinheiro Machado e Pedras Altas.

O fato, e isso parece repetitivo, é que precisamos, de uma vez por todas, tomarmos ações concretas e pararmos apenas de discursos em tempos secos. É urgente a criação de medidas permanentes de combate a estiagem e não apenas as emergenciais quando ela acontece.

Em 2007, em Aceguá, foi criado o Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico, Combate as Estiagens e Manejo das Águas (Fórum das Águas), que hoje envolve os sete municípios que fazem parte do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja). Esta é a ferramenta adequada de discussão, que tem no Cideja a possibilidade das ações concretas de políticas duradouras e convincentes para amenizar com eficácia este problema, como já dito, histórico em nossa região e que macula e atrasa o desenvolvimento.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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