Uma carreata composta por veículos pintados com inscrições reivindicando melhorias nas estradas rurais do município, foi realizada no fim da manhã desta quinta-feira (10), em Candiota. Ela saiu do assentamento Oito de Agosto, percorreu as principais ruas da cidade e terminou em frente à Prefeitura.
Ao descerem em frente à Prefeitura, de forma pacífica, os manifestantes – todos agricultores e agricultoras assentadas da reforma agrária, também portavam faixas pedindo atenção do Poder Público para o tema. O movimento foi batizado de ‘Estrada livre’.
A agricultora Rosana Idalgo, moradora do assentamento Pátria Livre, disse que a situação é bem difícil. “Não temos estradas, as crianças muitas vezes não conseguem ir para a escola e o caminhão do leite não consegue entrar para fazer a retirada da produção”, relatou.
O dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem (MST) e assentado na comunidade 20 de Agosto (cerca de 50km da sede), Luís Abreu, o Kiki, ratificou os problemas, assinalando que muitos trechos só se consegue transitar de trator. “Estamos na época da produção e não temos estradas para escoar”, apontou.

O vice-prefeito e secretário de Obras, Marcelo Gregório,
recebeu uma comitiva no gabinete para falar sobre o tema Foto: Nádia Fernandes/Especial
MELHORIAS
Uma comissão foi recebida no interior da Prefeitura pelo vice-prefeito e secretário de Obras e Serviços Públicos do município, Marcelo Gregório, que representou o prefeito Luiz Carlos Folador, que estava em viagem oficial nesta quinta.
Em nota divulgada pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura, foi destacado que Marcelo ouviu atentamente as reivindicações do grupo, destacando que a Prefeitura já está comprando e colocando materiais na estrada principal e corredores com pontos mais críticos, além da contratação de veículos para fazer o transporte desse material nos locais mencionados. “Foi uma reunião tranquila, sendo que já estamos realizando algumas ações, como atacar os pontos mais críticos dos corredores e da estrada principal. Expliquei para a comissão que o prefeito Folador, já havia autorizado a compra de 2 mil toneladas de rachão, um material mais grosso que estamos colocando nos piores pontos e nos locais em que a estrada cedeu. Já estamos fazendo no assentamento Santo Antônio, corredor da 8 de Agosto, Santa Fé e vamos em direção a São Pedro”, afirmou, dizendo também que outra equipe já está fazendo uma ação na estrada principal e colocando rachão nos trechos necessários.
Além disso, Marcelo também explicou que o prefeito autorizou que as equipes da Secretaria trabalhem todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, desde que as condições climáticas permitam. “Ele também liberou a contratação de cinco caminhões para fazer o deslocamento deste material. Temos ponto de depósito de chumbinho perto da Madrugada e da 20 de Agosto, e temos outro no pátio da Secretaria com a concentração de rachão, assim como no pátio do Centro Cultural, facilitando o transporte para o interior”.

Marcelo Gregório esteve em frente a Prefeitura para prestar esclarecimentos Foto: Nádia Fernandes/Especial
Ao final do encontro, ficou definido que uma reunião será marcada no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre para tratar sobre os recursos que o órgão vai dispor para atacar o problema. “Conseguimos uma pequena comissão para irmos até o Incra para sabermos quando será liberado o recurso de aproximadamente R$ 12 milhões, de um projeto que a Prefeitura fez em parceria com o Instituto para realizar a recuperação dos corredores internos e da estrada principal”, mencionou Marcelo.
Um dos líderes dos manifestantes, o assentado Luiz Ademar de Souza Pena, confirmou ao TP as tratativas feitas no encontro, reforçando as péssimas condições das estradas rurais, mas dizendo que eles saíram otimistas com o que ouviram, mencionando que um documento em conjunto foi assinado. “Fizemos um relato da situação, que está difícil transitar, afetando produção e o transporte escolar e agora esperamos as melhorias”, atestou.
Os vereadores Axel Costa e Luana Vais (ambos do PT) acompanharam e apoiaram o movimento.
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