Com produção oficial desde julho de 2021, na última semana, a Agroindústria Sinuelo, de Hulha Negra, de propriedade de Manuel Domingues, passou por mais uma etapa importante. A agroindústria de charque recebeu, durante a 47ª Expointer, em Esteio, o Selo Arte – certificado que assegura que os produtos alimentícios de origem animal foram elaborados de forma artesanal, com receita e processo que apresentem características tradicionais, regionais, culturais, vinculação ou valorização territorial.
Ao TP, Manuel afirmou que todos os quatro tipos de charque foram reconhecidos. “O Selo Arte representa que o charque foi reconhecido como produto típico e cultural da região e também vai abrir muitos mercados, porque o mesmo nos propicia vendermos em todo território nacional. Já somos conhecidos em todo o Estado, agora podemos ampliar a comercialização para o país”.
Localizada na Trigolândia, na propriedade da família, mesmo endereço da Pillar Artesanato, de Goretti Domingues, com trabalhos em peças de lã crua, a agroindústria Sinuelo oferta charque em manta, picado, light, e com carne ovina.
Conforme Manuel, são em torno de 400 quilos de charque produzidos mensalmente, quantidade que se eleva quando há participação em feiras e exposições. O carro-chefe é o light picado na região da capital do Estado, Porto Alegre, e o tradicional em Hulha Negra e região. Atualmente, o charque Sinuelo pode ser adquirido na propriedade, toda rede Peruzzo Supermercados, Supermercado Trackn, em Hulha Negra, Casa Colonial A Fazenda em Pinheiro Machado, Casa Cordeiro, em Bagé, Armazém Imortados, em Porto Alegre, Paradouro do Gaúcho, em Rio Grande e Casa Colonial Hortimar, em Nova Bassano.
A produção do charque é artesanal, com cortes a faca. O charque light picado, é para pessoas que apreciam um charque sem gordura, porém com mesmo sabor; o charque manta é feito para pessoas que gostam de cortar o seu próprio charque; o charque ovino picado, com sabor mais acentuado e especiaria única pelo seu gosto; o tradicional picado traz todo resgate de como era o charque de antigamente, com aquela gordurinha para dar aquele sabor ao carreteiro.
“A agroindústria Sinuelo teve início em num momento bem difícil, da pandemia de Covid-19 e através desta dificuldade, hoje agradecemos por termos tido coragem de começar esse empreendimento, este sonho que contou com a ajuda de muitas pessoas e entidades. Agradecemos a todos que acreditaram em nosso propósito”, manifestou Manuel.
EXECUTIVO
As agroindústrias de Hulha Negra contam com um trabalho atuante dos técnicos do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), ligado a Secretaria de Agropecuária, e ainda com apoio da Emater, especificamente da extensionista rural Carmem Cáceres.
O jornal também conversou com o médico veterinário e responsável pelo SIM de Hulha Negra, Marcus Leitzke, que falou sobre a conquista do Selo Arte da agroindústria Sinuelo. “Para a gente é uma alegria ter e ver esses estabelecimentos podendo levar o nome de Hulha Negra para todo o país, isso é muito importante. E é uma maneira de eles ficarem na propriedade, conseguirem a sucessão familiar. E isso vale muito para nós como profissionais, saber que está desempenhando nossa função e de forma adequada, ganhando resultados”.
Leitzke destacou a atuação no município. “Reestruturamos a legislação do SIM em 2017 e em 2018 conquistamos o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) que permitia venda para todo estado, mas nas feiras começamos a perceber que vinha público de outras partes do país e que não poderia ocorrer a venda. Começamos um novo trabalho em busca do Selo Arte e agora as conquistas estão chegando. Hoje estamos estruturados, com veículo próprio através de emenda parlamentar, o que permite um trabalho constante e ainda mais adequado”, relatou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*