OPINIÃO DO JORNAL

EDITORIAL – Água em Candiota

A fragilidade do sistema de água em Candiota é histórica, portanto perpassa governos. O tema sempre ganha importância, contudo, ainda falta investir na questão com a complexidade que se exige. Problemas de magnitude exigem soluções de igual tamanho.

O início para se ter um sistema minimamente confiável passa, essencialmente, por colocar hidrômetros em todas as economias que consomem água na cidade e na zona rural, gerando de imediato justiça e ataque ao desperdício.

Em ato contínuo é preciso implementar o corte de água. Com essas medidas se terá, cientificamente comprovado, uma redução de consumo na casa dos 50% (imagina algo operar com a metade da produção atual?). Já pararam para pensar quantas centenas, talvez milhares de vazamentos de todos os calibres existem, principalmente dentro das casas e pátios, que não são consertados porque não existe medição? Não há sistema no mundo que se sustente como é o de Candiota.

Como consequência desta falta, praticamente todos pagam taxa mínima, sem qualquer controle e medição de consumo, como já referido. Para piorar, se tem uma inadimplência que beira os 80% (isso mesmo, só cerca de 20% pagam em dia). O sistema de água de Candiota opera com cerca de R$ 2 milhões de déficit (prejuízo) por ano, se não for mais. Enquanto não se atacar isso, é como enxugar gelo.

Depois dos hidrômetros e cortes, há uma série de outras coisas a serem feitas, mas aí serão fruto da mudança, pois o sistema terá fôlego e recursos próprios e não do caixa único do município. Para se ter água de qualidade e uma distribuição igualmente padronizada são necessários investimentos e muitos deles pesados.

A sociedade candiotense, juntamente com o poder público, que é o gestor do sistema, precisam se conscientizar disso. Senão, como foi nessas últimas quase três décadas após a emancipação, apesar dos avanços, como três estações de tratamento (ETAs) novas, se seguirá nesta angústia, com muita boa vontade, porém, com baixa eficácia.

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