EDITORIAL

Sem mulheres

Os números não escondem a supremacia masculina nestas e em todas as demais eleições no Brasil e quiçá no mundo. A participação acanhada de mulheres reflete com total clareza que os espaços de poder (sejam públicos ou privados) são predominantemente ainda masculinos.

Os avanços das lutas feministas são evidentes, mas ainda há um longo caminho por igualdade de gênero a ser percorrido, apesar dos machistas já estarem bastante incomodados com o pouco que se avançou nos últimos tempos.
Voltando aos números para ilustrar, pegamos apenas os dos municípios da área de influência impressa e digital do Tribuna do Pampa.

Nenhuma mulher concorre a prefeita em Dom Pedrito, Bagé, Aceguá, Hulha Negra, Pedras Altas, Candiota e Pinheiro Machado. São 25 candidatos homens. Dos 25 candidatos a vices, apenas em Aceguá tem representação feminina. Das cinco candidaturasaceguaenses, em quatro elas são vices. Os outros 21 candidatos a vices da região são homens.

A legislação eleitoral, já há um bom tempo, impôs uma quota mínima de 30% para as chapas proporcionais. Em muitos casos passados, as mulheres figuraram como laranjas, pois estavam ali apenas para assegurar que homens fossem candidatos. Com o fim das coligações proporcionais, a figura feminina no preenchimento dos 30% exigiu mais dos partidos, mas ainda se vê muitas delas estarem ali somente para garantir a cota mínima legal.

O fato de ser mulher não garante em nada que haverá boa prática política. Aliás, o gênero ou orientação sexual da pessoa não são garantias de qualidade para absolutamente nada. O que determina isso é o caráter e a ideologia praticada. Contudo, a maior participação de mulheres no processo eleitoral, é certeza de diversidade, de um olhar diferente sobre a sociedade e de busca pela igualdade.

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