*Por Marco Antônio Ballejo Canto
Em outros tempos eu não tinha problemas para achar temas para escrever. Não sei se estou ficando mais exigente para vislumbrar coisas que me parecem interessantes ou se as mesmices chatas dos tempos modernos que dizem ser tão dinâmico não me emocionam.
Recentemente, o fato mais relevante foi o Botafogo e sua façanha de jogar uma partida inteira de final de Libertadores com um jogador a menos e ganhar. Tenho uma simpatia pelo Botafogo desde os anos 60 do século passado quando Botafogo e Santos eram os melhores times do Brasil.
Em meio às comemorações que ocorreram nos últimos dias lembrei de um episódio que eu quase havia esquecido. Eu conheci Garrincha, o maior ídolo da história do Botafogo e também conheci Jairzinho, o furacão da copa de 1970. Foi em Bagé, em 1975, quando uma seleção brasileira de showbol se apresentou na Rainha da Fronteira. Eu tinha uns 16 anos e muito tímido passei ao lado de Garrincha e Jairzinho que estavam sentados próximo ao palco do Militão. Mas só passei e eles que estavam conversando nem me viram. Se fosse hoje eu teria pelo menos uma selfie.
Esta semana, no jogo em Porto Alegre, eu nem torci para o Internacional ganhar do Botafogo, mas não precisava ter perdido. Ser campeão brasileiro e da Libertadores no mesmo ano é coisa rara. O Santos em 1962 e 1963 ganhou a Libertadores e a Copa Brasil, que era o brasileiro da época, e em 2019 o Flamengo venceu as duas competições. Isto mostra a relevância do título do Botafogo no próximo domingo.
Quem gosta de futebol aprecia estes momentos épicos no esporte onde o inusitado se sobrepõe à lógica.
Por outro lado, o ano se encaminha para o final e algumas coisas chamam a atenção, entre elas, as dificuldades do governo federal em gastar apenas o que arrecada (sempre tende a gastar mais) e o juro da taxa Selic que emperra qualquer projeto econômico mais relevante para o país além de limitar algum voo mais alto nos investimentos públicos.
Eu não sou um expert em economia, mas sei que com taxas altas na Selic fica mais difícil comprar um imóvel e se menos compram imóveis menos trabalham na construção civil. Sei também que todos os empréstimos pessoais ficam mais caros e quando as pessoas mais precisam é neste momento que ficam mais pobres pagando mais juros.
Fazendo um governo regular, Lula mantém o país nos trilhos e quem sabe no próximo ano o governo melhore já projetando as eleições que logo estarão na pauta.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*