TRADICIONALISMO

Alma Gaúcha reúne grande público no CCTG Lila Alves para estreia e mostra de pilchas

Dividida em duas categorias, a Invernada Artística Alma Gaúcha conta com 48 integrantes Foto: Divulgação TP

Muita emoção e apreço à cultura gaúcha. Foi assim o evento para estreia e mostra de pilchas da Invernada Artística Alma Gaúcha que reuniu, na última semana, um grande público nas dependências do Centro Cacimbiense de Tradições Gaúchas Lila Alves (CCTG), em Pinheiro Machado. O grupo possui atualmente 48 integrantes nas categorias pré-mirim e juvenil já iniciou os festejos farroupilhas pela região.

HISTÓRIA – Há alguns dias, a reportagem conversou com a instrutora da invernada, Amanda Gonçalves. Segundo ela, o grupo foi criado em 2015 por Márcia Rosa e Liane Pereira, que buscavam um ambiente saudável para suas filhas frequentarem – na época, as meninas tinham 7 anos de idade. E não foi por acaso que Amanda foi chamada para a missão de ensaiar o grupo. Próxima de completar seus 25 anos, ela nasceu e cresceu no Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Formada em fisioterapia, não esconde o orgulho em levar a cultura do Estado por onde passa. “Meus pais sempre foram tradicionalistas, e meu primeiro título foi com 3 aninhos, quando fui Prendinha Dente de Leite; depois fui 1ª Prenda Mirim aqui da entidade e da região, e 2ª Prenda Mirim do Rio Grande do Sul – que foi a minha maior conquista e alegria dentro do tradicionalismo, uma experiência mágica que me deu muitos frutos e amigos os quais levo comigo até os dias de hoje”, disse Amanda. Ela registrou ainda que foi Prenda Juvenil do CCTG Lila Alves e da região e dançou em invernadas dos 5 anos aos 18 anos.

O GRUPO – Conforme explicou, os ensaios do grupo Alma Gaúcha começaram somente em junho, quando a maioria já estava vacinada contra a Covid-19. A invernada é dividida em duas categorias: a pré-mirim, com 32 crianças entre 3 e 10 anos; e a juvenil, com 18 integrantes de 12 a 17 anos de idade. “Não nos vimos durante praticamente dois anos, e retornamos agora, com todos que eram da categoria mirim e agora são juvenis, e a categoria pré-mirim, com os que entraram depois da pandemia para esse projeto que tem tudo para continuar por muitos anos”, afirmou Amanda.

Depois da estreia em Pinheiro Machado, o grupo já está se apresentando pela região Foto: Divulgação TP

APRESENTAÇÕES – Sobre as pilchas, ela explicou que solicita um desenho e a prova com todas as mães antes de passar para a etapa da confecção. Além de pinheirenses, o grupo envolve profissionais de São Gabriel e Pelotas. Questionada em relação ao que vem pela frente, Amanda explicou que os pequenos participarão de apresentações durante a Semana Farroupilha e os maiores, de outubro até o próximo ano, ainda com as mesmas músicas, participarão de concursos de danças. “Esse ano foi a primeira vez da pré-mirim, mas o elenco juvenil já está há 8 anos. O sentimento é diferente porque ficamos um período longe, por todos terem crescido e mudado, e por estar com um grupo totalmente novo com crianças de vários jeitos e personalidades. É algo único e meu sentimento é de gratidão. Costumo dizer que não ando falando tanto quanto eu gosto porque tenho me emocionado vendo o resultado e tudo o que eles me proporcionam e isso não tem preço”, disse com orgulho do desempenho de todo o grupo.

EXPERIÊNCIA – Questionada sobre a experiência e o trabalho que vem sendo realizado, Amanda salientou a importância de contar com os pais para conseguir avançar e continuar compartilhando a cultura através das danças tradicionalistas em um ambiente saudável e acolhedor. “No dia da mostra de pilchas reunimos mais de 500 pessoas para prestigiar esses grandes talentos e isso preencheu meu coração. Minha maior motivação é ter a certeza que nosso tradicionalismo vai continuar”, disse. Ainda segundo Amanda, o palco mais importante que essas crianças e adolescentes devem brilhar é o da vida – “a experiência que quero e gosto de passar para eles é que, na base da diversão e do amor pela nossa gente, conseguimos chegar muito longe, valorizando nossa amada Cacimbinhas, suas famílias, e principalmente a história, a cultura e o amor pelo nosso Estado”, finalizou.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

Comentários do Facebook