A arte da prudência

marco

Baltazar Gracián y Morales (1601-1658) foi um jesuíta e escritor que viveu na Espanha. Um de seus livros, escrito em 1647 com o título de “Oráculo manual y arte de prudência”, pode ser encontrado como “A Arte da Prudência”, Baltazar Gracián. Na internet, na íntegra, um livro para qualquer pessoa que pretenda entender como se comportar nas relações humanas:  https://tarotdiario.files.wordpress.com/2016/08/gracianartedaprudecc82ncia.pdf

É preciso analisar com atenção o que fazemos quando estamos na internet e nas redes sociais. Como a maioria das pessoas não é bem sucedida ou está passando por significativos problemas momentâneos, ter muitos “amigos” virtuais, supostamente reais, é um risco expressivo. Sempre tem alguém para enviar uma informação inútil a quem está conectado.

Dos trezentos aforismos, textos curtos, que compõem “A Arte da Prudência”, abaixo dois para análise.

  1. Associar-se àqueles com quem pode aprender. Seja o convívio amigável uma escola de erudição e torne a conversação instrutiva. Faça dos amigos professores e combine a utilidade da aprendizagem com o gosto da conversa. Alterne a fruição com a instrução. O que você diz será recompensado com aplausos; o que ouve, com aprendizados. O que nos leva aos outros, em geral, é a nossa própria conveniência; aqui ela tem um sentido maior. Os prudentes freqüentam as casas de renomados heróis que são mais palcos de heroísmo que palácios de futilidade. Alguns são notáveis pelos conhecimentos e bom senso; pelo exemplo e pelo modo de agir, são oráculos de toda grandeza. Aqueles que os cercam formam uma academia refinada de discrição e sabedoria elegantes. 
  1. Nunca tropece em tolos. Tolo é aquele que não reconhece um tolo e, ainda mais, aquele que o reconhece e não o descarta. Os tolos são perigosos para o trato superficial e perniciosos para a confidência. Durante algum tempo, eles podem ficar contidos por cautela própria ou pelo cuidado alheio, mas por fim fazem ou dizem tolices, e , se demoram, terá sido apenas para realizá-las solenemente. Quem não tem reputação não pode prejudicar a nossa. Os tolos são sempre infelizes – essa é a carga adicional da estupidez -, e ambos são contagiosos. Apresentam apenas uma coisa menos ruim: embora os sábios não lhes sejam de nenhuma utilidade, podem ser úteis aos sábios, quer como lembrete, quer como lição.

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