RELIGIÃO

Assembleia da Diocese Católica de Bagé coloca ação missionária em pauta

Representantes das paróquias estiveram reunidos por dois dias

* Por: Marcos Antonio Corbari
(Jornalista do Instituto Cultural Padre Josimo – ICPJ)

Evento aconteceu no Instituto Diocesano de Pastoral São José Foto: Marcos Antonio Corbari | ICPJ /Especial TP

Realizada nas dependências do sede do Instituto Diocesano de Pastoral São José, em Bagé, nos dias 29 e 30 de novembro, a Assembleia Diocesana da Ação Missionária colocou em debate os rumos da igreja nas 16 paróquias e 12 municípios que compõem a região de abrangência da diocese. Cerca de 100 pessoas – entre religiosos, religiosas, agentes pastorais, leigos e leigas – participaram das atividades que se centraram em momentos de formação, reflexão, debate e oração.

Dom Frei Cleonir Paulo Dalbosco ressaltou os principais objetivos e desafios que se descortinam frente à Igreja Católica na região e pontuou os rumos que deverão nortear as ações previstas para o próximo triênio, período no qual se desenvolverá o planejamento detalhado durante a Assembleia. “Nós estamos em uma caminha jubilar, são 60 anos de nossa diocese, e nas avaliações que temos feito notamos muitas coisas a serem celebradas, coisas boas e bonitas que foram realizadas nessa caminhada”, afirmou.

Para exemplificar o bispo diocesano, que está em vésperas de completar o primeiro ano de atividade frente a Diocese de Bagé, relembrou as palavras que compões o lema do jubileu: “Gratidão” (pelo passado, pela história e por tudo o que foi construído), “Gratidão” (com o presente, pelo fato de ser uma igreja interativa com a sociedade e com o mundo, sinal visível do reino de Deus); “Esperança” (motivados pelo Papa Francisco, são pessoas esperançosas que vivem e anunciam a proposta de Jesus Cristo em todos os tempos).

A respeito do que é preciso melhorar e do que ainda se tem para construir, dom Frei Cleonir foi pontual: “Como diocese sentimos que precisamos crescer ainda mais na Comunhão, na unidade, nos ensinamentos e motivações que o Papa Francisco nos desafia a cada momento, de ser uma igreja que caminha junto”. Para ele está claro que para além das coisas boas e bonitas que aconteceram no passado e que ainda estão acontecendo no presente, “o desafio é seguir unidos, fortalecendo a caminhada com os carismas, com os dons e talentos que cada um e que cada comunidade tem”.

A integração com a Igreja no Brasil também desperta a atenção do bispo diocesano de Bagé. “Agora vamos trabalhar e assumir em comunhão com a igreja no Brasil, com a CNBB, as diretrizes gerais da ação evangelizadora, alicerçadas em quatro pilares que são: 1) A palavra (sustento e alimento para o trabalho); 2) O pão (abordagem da dimensão litúrgica); 3) Caridade (compromisso com todos que estão à margem da sociedade); 4) Missão (sejamos todos missionários, a exemplo das primeiras comunidades cristãs”. Segundo dom frei Cleonir, esses são os pilares que para a Igreja Diocesana desenvolva um compromisso e aceite um desafio permanente nesse tempo em que estamos vivendo.

“O grande projeto do Papa Francisco é uma igreja missionária, uma igreja de saída, que vai ao encontro daqueles que mais precisam, uma igreja misericordiosa, que cuida da fraternidade e da vida”, pontuou dom frei Cleonir. “É uma igreja católica fortalecida e animada pelo Papa Francisco e assumida por todos nós bispos, padres, religiosos, religiosas e com nosso querido povo”, concluiu.

REFLEXÃO – Abordando o tema “Ser Igreja no tempo atual”, o frei Wilson Dallagnol, OFMCap, coordenou as reflexões durante o primeiro dia da Assembleia. Falando à reportagem, destacou pontos estratégicos e sugeriu rumos de ação concreta para a Igreja Católica frente os desafios comunitários e as turbulências sociais do tempo atual. “Em primeiro lugar para que uma ação seja de fato missionária precisa toda a igreja se dispor a criar um clima favorável, que conscientize essa necessidade de ir ao encontro das pessoas aonde elas estão, um clima interno favorável à saída, à ser capaz de ir além do tempo”, explicou.

Em segundo lugar, frei Wilson destaca a necessidade de capacitação: “Precisamos estar preparados para o que vamos enfrentar quando em missão, para tudo aquilo o que se vamos encontrar quando chegarmos aos ambientes de exclusão social, de extrema pobreza e miséria”. Ainda na abordagem do segundo ponto, Dallagnol acrescenta que é preciso estar preparado, por exemplo, para quando se encontrar com uma família que esteja por algum motivo magoada e ausente da igreja, a enfrentar as diferentes realidades, até mesmo algum possível adversário do projeto de Deus. Capacitar as pessoas para enfrentar as diferentes realidades.

Em terceiro lugar, conforme aponta, é preciso ter um plano de ação que defina o que fazer em cada etapa do trabalho: “Eu vejo sinais concretos de que o Papa Francisco está conseguindo construir uma Igreja de portas abertas. O Papa tem muito claro o seu projeto missionário e a partir disso está formando os seus bispos e cardeais para tomar esse caminho”. Dallaghol garante que o Papa Francisco está conseguindo animar a igreja, tanto quando tem encontro de massa quando em atividades específicas. Citou o encontro com os movimentos sociais, o Dia do Pobre e as viagens pastorais como as que fez na África e na Ásia.

O encerramento da Assembleia Diocesana da Ação Missionária está previsto para a tarde deste sábado, 20, com os representantes de cada paróquia retornando ao seu meio para ampliar a rede de alcance das informações compartilhadas durante os dois dias de trabalho em Bagé.

Comentários do Facebook