TRADICIONALISMO

Através da dança, invernada de Candiota conta a história do carvão

Evento de estreia de pilchas e temática aconteceu no último sábado (25)

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música no ‘Lombo do RK’ – caminhão utilizado para carregar o carvão, é o tema de saída da apresentação Foto: J. André TP

A noite do último sábado (25) foi de expectativa e euforia no CTG Luiz Chrivino, na sede de Candio­ta. Muito além de uma estréia de pilchas e da temática, o evento trazia em si também muito da história dos homens e mulheres que ajudaram a construir aquela entidade tradicionalista.

Os 25 integrantes da invernada mirim Herdeiros do Chirivino emocionaram a todos os presentes quando através da dança, contaram a história do carvão mineral – principal riqueza de Candiota e uma das mais importantes da região.

O tema – que tem mui­to a ver com o atual cenário, inclusive político -, além de ser a pedra angular da cons­trução de Candiota, também é a do CTG, que tem na maioria dos seus fundadores, trabalhadores mineiros da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Aliás, o atual patrão, o jovem Mar­celo Dutra, é funcionário de quadro da estatal mineradora. Ainda, a sede da entidade tradicionalista fica a poucos metros da sede administrativa da Mina de Candiota.

Neste sentido que a emoção tomou conta, pois grande parte dos integrantes da invernada – adolescentes de 10 a 13 anos, são filhos ou netos de mineiros e, portanto, trouxeram muita verdade e sua própria história familiar através da dança que apre­sentaram. Tanto no tema de entrada como de saída, eles estavam trajados com macacões e capacetes de mi­neiros, além de adereços que lembram o mineral.

Trajados com macacões e capacete de mineiros,
dançarinos contam a história do carvão mineral Foto: J. André TP

Segundo explica o instrutor da invernada Fabrí­cio Aquere, que junto com sua esposa Simone fazem um trabalho totalmente volun­tário, tudo começou quando ele ouviu no ano passado, pela primeira vez, a músi­ca no ‘Lombo do RK’, de autoria do músico e atual vice-prefeito de Candiota, Gil Deison Pereira, que se refere ao caminhão fabricado pela gaúcha Randon, que é muito utilizado no trans­porte do mineral na Mina de Candiota. Na música, o caminhão é comparado ao cavalo – animal inseparável do gaúcho. “Foi aí que tive­mos a ideia de trabalharmos o tema sobre a história do carvão e esta se transformou nossa música tema de saída”, conta Fabrício.

Já o tema de entrada, a invernada encomendou ao compositor Alci Vieira Jú­nior, que com ajuda do CTG e de bibliografias do carvão mineral, escreveu a música intitulada ‘Carvão de Pedra’. Ainda, segundo relata Fabrí­cio, a invernada fez o xote de duas damas (coreografia quase obrigatória em apre­sentações desta natureza), com letra em homenagem ao carvão e à Candiota. “Este tipo de tema é inédito em Candiota e nossa ideia é jus­tamente esta, de homenagear­mos a nossa riqueza e a nossa cidade”, assinala o instrutor.

Xote de duas damas também é com letra sobre o carvão e Candiota Foto: J. André TP

PELO RIO GRANDE Já pensando nas apresentações fora do município, Fabrício disse que a performance po­derá ser vista agora em junho, na cidade de Santa Cruz, durante o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), que neste ano terá pela primeira apresentações mirins.

Depois, em julho, a invernada levará a coreo­grafia para o Fest Mirim, em Santa Maria.

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