ABASTECIMENTO

Audiência sobre água em Candiota fica no debate de questões pontuais

Audiência ocorreu na última quarta-feira (7) na Câmara de Candiota Foto: Divulgação TP

O tamanho da participação das pessoas na audiência pública sobre a água em Candiota, tanto presencial como virtual, deu a medida do debate realizado na noite da última quarta-feira (8), durante cerca de duas horas no plenário da Câmara local, com transmissão ao vivo pelo Facebook. A audiência teve a mediação do presidente da Câmara, vereador Ataídes da Silva (PT).

Um número muito pequeno de pessoas participou sobre um tema que incomoda a comunidade candiotense cotidianamente e que ao longo dos últimos 30 anos, segundo o que se debate, não teve a devida atenção ou ao menos os encaminhamentos necessários para se ter um sistema minimamente confiável.

A vereadora Luana Vais (PT), que juntamente com os vereadores Guilherme Barão (PDT) e Danilo Gonçalves (PT), propôs a realização da audiência, fez uma explanação inicial, abrindo a audiência. Ela se queixou que quando há falta de água em algum núcleo urbano da cidade, os vereadores e vereadoras são demandados pela comunidade. Relatou os problemas recentes e continuados da Vila Residencial, mostrando imagens de água turva saindo das torneiras. Também, ela citou as constantes quedas de energia, que se aprofundaram, conforme ela, após a privatização da CEEE, questionando a aquisição de geradores prometida pelo Executivo. Luana enumerou problemas na zona rural. “Queremos construir soluções conjuntas sabendo que o problema não é de agora, mas de muito tempo”, disse, cobrando a exposição por parte do governo de um plano de ação de curto, médio e longo prazo.

O presidente da Associação dos Moradores e Amigos da Vila Residencial (AMAVIR), Anderson Teixeira, o Gariba, representou a única entidade de moradores presente na audiência. Ele reclamou da qualidade da água, especialmente na localidade, mostrando uma garrafa de água turva colhida durante um dia de problemas no abastecimento. “Pedimos ajuda pra arruma a água na comunidade”, disse.

Ainda três pessoas da comunidade fizeram alguns questionamentos, porém todos indicando problemas pontuais ocorridos.

Os vereadores Guilherme, Danilo, Gildo Feijó (MDB), Adriano Revelante (MDB) e Hulda Alves (MDB) também se manifestaram.

FOLADOR – Diante de garrafas de água colhidas em cada comunidade urbana de Candiota, e a cada pouco bebendo um pouco de cada uma, o prefeito Luiz Carlos Folador usou do expediente, segundo ele, para provar que a qualidade de água de Candiota é boa. Ao longo da audiência e indo no ritmo que o debate ditou, o prefeito foi respondendo as questões e os problemas levantados pontualmente. O secretário de Obras e Serviços Públicos, Valdenir Dutra o acompanhou.

Por repetidas ocasiões, ele ressaltou que são realizadas duas análises diárias de água em Candiota, em todas as localidades (uma pela manhã e outra à tarde), durante os sete dias da semana e em todos os dias do ano, sendo que em todas elas, com raras exceções e em casos específicos, como o encontro de manganês num ponto localizado da Vila Residencial, a água candiotense, atestou Folador, cumpre altos padrões de qualidade. Ele colocou as análises à disposição da Câmara e da comunidade.

Folador falou de investimentos recentes feitos, por exemplo, na Vila Operária, com dragagem da barragem e aumento de sua capacidade, aquisição de novas bombas e a interligação entre a localidade, a João Emílio e o Seival, bem como, a dosagem de cloro a partir da João Emílio, beneficiando Seival também.

Ainda, o gestor assinalou que a Prefeitura trabalha num projeto de mais de R$ 4 milhões, para a construção de uma adutora de 300mm desde a prainha de Candiota até a sede do município, que dará autonomia de captação de água bruta por muito tempo tanto para a Vila Residencial, a sede do município e as comunidades do interior. Lembrou que a taxa de água não aumentou em 2021 e que em 2022 foi trocado o indexador que era o IGPM para o IPCA, que segundo ele, é o menor índice.

Sobre um recente problema na sede do município, com mais de 48h de interrupção no abastecimento, Folador justificou que houve a avaria numa válvula de retenção da bomba de captação de água bruta, foi consertada em Bagé, pois uma nova só tinha em Santa Catarina.

Sobre os geradores, Folador afirmou que para todo o sistema – captação de água bruta e estações de tratamento de água (ETAs), nas vilas Residencial e Operária e sede do município, são necessários seis equipamentos ao custo de cerca de R$ 1 milhão. Segundo ele, ainda não se tem esses recursos, mas que o governo está em busca. “Não está o ideal, mas a Prefeitura tem feito os investimentos. Estamos cuidando e vamos cuidar mais ainda”, disse, lembrando dívidas com produtos químicos, automação e energia elétrica, que ficou da gestão anterior.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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