Governador Ranolfo conduziu reunião realizada por videoconferência Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini/Especial TP
A piora de indicadores de Covid-19 fez com que o governo do Estado, no âmbito do Gabinete de Crise, emitisse novos Avisos para todas as 21 regiões. O mesmo já havia ocorrido na semana passada quando, depois de nove semanas sem Avisos ou Alertas no Sistema 3As de Monitoramento, responsável pelo gerenciamento da pandemia no Rio Grande do Sul, os Avisos voltaram a ser necessários. Coordenada pelo governador Ranolfo Vieira Júnior, a reunião do Gabinete de Crise ocorreu na quarta-feira (25).
De acordo com o monitoramento feito pelas equipes do GT Saúde, o aumento da contaminação já se reflete no número de internados em leitos clínicos. Entre suspeitos e confirmados, houve um aumento de 320 pacientes nas últimas duas semanas, o que equivale a 83%. O número de internados em UTI também subiu nesta semana – são 50 pacientes a mais, entre suspeitos e confirmados. “É um momento preocupante. Esse período de contaminação se assemelha ao que vivemos quando da chegada da variante ômicron, embora ainda não haja um reflexo nas internações na mesma proporção. Temos de evitar uma piora maior e precisamos contar com o apoio de toda a sociedade”, disse o governador.
Em Candiota, COE está com bastante procura por realização de exames Foto: J. André TP
REGIÃO – Na região de cobertura impressa do TP também há um registro no aumento no número de casos ativos. Dados referentes a quinta-feira (26), apontaram que somente naquela data, 53 novos casos haviam sido confirmados em Pinheiro Machado, chegando o município aos 203 ativos, porém nenhum em hospitalização.
Em entrevista ao TP, o secretário de Saúde de Pinheiro Machado, Tiago Garcia afirmou que o aumento de número de casos na cidade se dá de forma natural pelo não uso da máscara – que deixou de ser obrigatória na cidade, apenas para locais de saúde. “A partir do momento que as pessoas deixaram de usar as máscaras, que no meu entendimento é a maior proteção acompanhada da vacina, automaticamente os casos aumentaram”, destacou.
Questionado pelo jornal acerca de alguma medida a ser tomada, o gestor afirmou que uma reunião foi realizada no município com relação a pauta e que “a recomendação repassada é do retorno do uso de máscaras e o aumento da cobertura vacinal”.
Candiota, também registrou números que requerem atenção nos últimos dias. O boletim divulgado na quinta-feira (26) mostrava a existência de 91 ativos no momento. Ao TP, o secretário Fabrício Moraes, o Bibi lembrou que atualmente há mais contágio. “Antes positivava só uma pessoa da família. Agora, é raro não positivar todos. Vemos também que está chegando o inverno e haverá menor circulação de pessoas, o que pode reduzir o contágio. Por enquanto ainda há tranquilidade, pois os casos não são graves, apensa sintomas gripais, mas seguimos alertando as pessoas para que se cuidem”, disse Bibi.
Pedras Altas estava na quinta-feira (26) com cinco casos ativos na cidade. Em notas atualizadas relacionadas à pandemia, a Secretaria de Saúde que tem a frente o gestor Celso Caetano, reforça a necessidade da comunidade seguir mantendo os protocolos distanciamento, uso de máscara e álcool gel.
Hulha Negra também registrou aumento de casos. Nesta semana o município anunciou estar com 26 casos ativos na cidade.
Na maior cidade da região, Bagé, os números também são preocupantes. Dezenas de casos foram confirmados nos últimos dias na cidade, ultrapassando o município dos 23 mil casos confirmados desde o início da pandemia. Uma pessoa está internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seis estão em leitos clínicos. A cidade também voltou a registrar óbitos. Em 24 horas foram duas vítimas em decorrência da doença, uma mulher de 46 anos e um homem de 62. Outra morte ocorreu na sexta-feira (27), de um homem de 76 anos.
Máscaras continuam sendo recomendadas pelas autoridades de saúde Foto: Silvana Antunes TP
7ª CRS – O jornal conversou com o coordenador adjunto da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Carlos Magno Cesarino para falar sobre a situação atual da Covid-19 na região. “A gente sabe que houve um afrouxamento no regramento em termos de legislação porque ela havia diminuído o número de casos e óbitos, o que se deve muito a vacinação, que foram decisivas nessa melhoria do quadro. A pandemia tende a diminuir com o passar do tempo, mas a gente sabe que ela ainda não acabou. Voltaram os casos, tivemos pessoas internadas, óbitos. A situação e perigo do contágio não acabou e por mais que haja um afrouxamento na legislação, esperamos que as pessoas sejam coerentes de saber que ainda está circulando o vírus e é necessário ter os cuidados da higiene respiratória, como uso de máscara, principalmente se está com sintomas ou positivo para a Covid até para defender as outras pessoas. Ainda aconselhamos o uso da máscara e as pessoas busquem as doses das vacinas, assim como o lavar as mãos e uso de álcool, pois é um costume sadio. Os cuidados devem ser seguidos, principalmente por pessoas com maior vulnerabilidade”.
O TP contatou com a médica pneumologista Flavia Marzola, que explicou que neste período de clima chuvoso, úmido e frio, aumentam as viroses de transmissão respiratória. Ela destacou também, que além da Covid-19 há vários casos de Influenza A e os sintomas respiratórios podem se confundir. “As pessoas ficam mais aglomeradas com este clima e o vírus pode permanecer mais tempo em superfícies. Ainda não temos a confirmação laboratorial de qual Influenza, mas acreditamos que o aumento tanto de Influenza como de Covid ocorre porque as pessoas relaxaram nos cuidados e não estão seguindo a etiqueta respiratória, estão lavando menos as mãos e usando menos álcool. É importante que quem esteja com sintomas respiratórios, use máscara e não aglomere”, indicou a médica.
AZONASUL – Epidemiologistas da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), durante reunião realizada no dia 26 com os prefeitos da Azonasul e o Comitê Técnico Regional de Enfrentamento à Pandemia, alertaram para uma quarta onda da doença devido ao aumento de testes positivos e alta nas internações.
Entre os encaminhamentos do grupo, foi definido que a Azonasul solicite a liberação, junto ao governo estadual, para a vacinação da quarta dose nos profissionais de saúde da região. O Comitê Técnico também emitirá um parecer para recomendar a utilização de máscaras em ambientes fechados. “Não é um decreto. Ainda não é uma obrigatoriedade. Mas, sim, um pedido de conscientização à população. Estamos observando o crescimento de casos e um cenário muito parecido com o início da pandemia. O resto do roteiro, a já sentimos na pele! Por isso esse apelo” disse o vice-presidente da Azonasul, Marco Antônio Barbosa, prefeito de Chuí, que coordenou a reunião.
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso
