POLÊMICA

Câmara de Candiota aprova reposição para funcionalismo e agentes políticos

A Câmara de Vereadores votou nesta quarta-feira (26), durante sessões extraordinárias, uma série de medidas de combate ao novo coronavírus (Covid-19) e à estiagem enviadas pelo Executivo. Contudo o que polemizou mesmo foi votação dos projetos de leis que previam a reposição salarial do funcionalismo municipal (dissídio coletivo) e reposição inflacionária dos subsídios dos agentes políticos (prefeito, vice-prefeito, secretários, procuradora jurídica e vereadores).

Quanto ao funcionalismo, a posição foi unânime em aprovar o índice de 4,26%, que indica a reposição da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A), que foi de 3,26%, e mais 1% de aumento real. Também o funcionalismo recebeu aumento no vale-alimentação.

A polêmica ficou por conta da reposição inflacionária nos subsídios dos agentes políticos. Os projetos previam o IPC-A de 3,26%. Cinco vereadores votaram pela reposição – Dinossane Pech (sem partido), Darlan Oliveira (PSB), João Roberto da Silva (PT), Ênio Tavares (PT) e Guilherme Barão (PDT) e três foram contrários – Claudivan Brusque (PSDB), Fabrício Moraes, o Bibi (MDB) e Adriano Revelante (MDB).

ARGUMENTOS – O primeiro vereador a falar foi Guilherme Barão, que explicou que não havia sido dado aumento para os políticos e sim apenas a inflação como é feito todos os anos.

O vereador Adriano Relevante disse que de fato não foi aumento e sim simples reposição, tendo legalidade, porém entendeu que o momento não era para qualquer tipo de vantagem. “Votei contra porque é hora de darmos o exemplo”, disse.

Já Darlan Oliveira argumentou que como sindicalista não pode querer vantagem apenas para os trabalhadores, precisando, segundo ele, ser estendido a todos. Propôs doar mensalmente o valor, que é R$ 152,00, para o Pronto Atendimento 24h, convidando o vereador Adriano para fazer o mesmo – que aceitou a proposta.

Para Fabrício Moraes, o Bibi, não é momento para se dar auto-reposição. Disse que votou a favor em outros anos, mas que em 2020 achou desnecessário. “Aqui ninguém ganha salário mínimo e tem muitos que até tem outro salário”, ponderou, dando a entender que irá doar a sua parte, já que o projeto havia sido aprovado pela maioria.

O vereador Claudivan Brusque disse que o momento é inadequado para a reposição, lembrando da estiagem e do coronavírus. “Muitas famílias de Candiota passam por necessidades”, afirmou.

Dino Pech ironizou a postura daqueles que votaram contrário. “Porque não assumem o que realmente pensam, ninguém é bobo. Tenham honestidade”, disse.

Lembrando que só vota quando dá empate, a presidente da Câmara, Fernanda Santos (PT) revelou que votaria favorável, reafirmando que os projetos tratam de uma simples reposição inflacionária. Ela também ironizou o vereador Fabrício, lembrando a frase do esquecimento popular atribuída a ele em áudio vazado sobre o 13º dos vereadores. Ao TP, Fernanda disse que irá acionar o jurídico da Câmara para medidas cabíveis sobre postagens que dizem que os vereadores receberam aumento. “Aumento é votado de quatro em quatro anos, de uma legislatura para outra”, lembrou.

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