BANCO PÚBLICO

Câmaras da região aprovam moções de repúdio contra privatização do Banrisul

Bancários estiveram na sessão da Câmara na última segunda-feira (3) Foto: J. André TP

As câmaras de vereadores de Bagé e Candiota já aprovaram por unanimidade as moções de repúdio contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 280/2021, onde o governo do Estado pede para que a Assembleia Legislativa aprove a retirada da necessidade de plebiscito para a venda do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). A mesma PEC, já aprovada em 1º turno, ainda prevê a situação para a Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs) e Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan).
A mesma manobra legal já foi aprovada para a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). Na prática, com a não exigência, o governo estadual pode vender o ativo sem que passe pela opinião direta da população.
Nesta segunda-feira (3), a vereadora Luana Vais (PT), com o apoio e assinatura dos outros oito vereadores, apresentou a Moção de Repúdio à PEC 280. Ela lembrou que este dispositivo constitucional possui quase 20 anos e foi colocado justamente quando o governador era Olívio Dutra (PT), sendo que o anterior, Antônio Britto (MDB), já havia vendido a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) e parte da CEEE. “O atual governo, Eduardo Leite (PSDB) disse em campanha eleitoral que não venderia Corsan e Banrisul. Isso é uma vergonha. Precisamos ter consciência quem nossos governantes. Estamos lutando e tomara que não dê tempo de aprova a PEC e vender nossas estatais”, afirmou.

UNÂNIME – Um a um, praticamente todos os vereadores foram também opinando pela não privatização do Banrisul e a retirada do plebiscito.
O vereador Léo Lopes (PTB) chamou de atentado à soberania popular, dizendo que em recente pesquisa, 81% do povo gaúcho opinou pela não venda. Já Ataídes das Silva classificou o Banrisul como “uma coisa nossa”. O presidente da Câmara, Gildo Feijó (MDB) disse que as estatais são do povo gaúcho e, na sua opinião é absurdo querer tirar o direito do povo escolher. Marcelo Gregório (PSDB) afirmou que tem certeza que a população votaria contra a privatização num plebiscito. Já Guilherme Barão (PDT) lembrou a proposta que previu a realização de plebiscito em caso de venda das estatais foi do então deputado Vieira da Cunha (PDT). “O MDB e o PSDB é quem fazem este desmonte do Estado. Não estou culpando o pessoal desses partidos aqui em Candiota, mas precisamos fazer esta reflexão”, afirmou Guilherme.

BANCÁRIOS – Durante a sessão da última segunda-feira, um grupo de bancários, especialmente funcionários da agência do Banrisul de Candiota, acompanharam a sessão. O presidente do Sindicato dos Bancários de Bagé e região, Diego Cavalheiro Pinheiro, também se fez presente na sessão. Ele revelou a estratégia da categoria em aprovar o máximo de moções de repúdio à PEC 280 no sentido de pressionar a Assembleia Legislativa para derrubar a proposta.
A base do sindicato abrange, além de Candiota e Bagé, também Aceguá, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Caçapava do Sul, Pinheiro Machado e Pedras Altas. Nestas cidades trabalham cerca de 200 bancários nas agências do Banrisul. “A privatização traz consequências como o desemprego dessas pessoas, o fechamento de agência, o aumento das taxas, a diminuição do atendimento à população, entre outros vários fatores negativos”, avalia o sindicalista.

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