PARA SALVAR VIDAS

Campanha de doação de sangue reúne quase 100 voluntários em Candiota

Algumas pessoas não puderam realizar a doação de sangue. Ainda assim, 76 puderam contribuír para o estoque do Hemopel

76 bolsas foram coletadas durante a ação Foto: Laura Pagalday Simões/Especial TP

O último sábado (25) foi dedicado para salvar vidas em Candiota. Aconteceu uma mobilização para doação de sangue para o Hemocentro de Pelotas, o Hemopel, banco que abastece a região. As coletas foram realizadas na Fundação Maria Anunciação Gomes de Godoy, na Vila Residencial, com a supervisão da equipe do Hemopel e auxílio de equipe técnica da cidade de Bagé.

As doações ocorreram mediante agendamento prévio e conforme contato com o Hemopel, foram 76 bolsas de sangue coletadas no município, havendo poucos inaptos.

Equipe unida em comemoração ao sucesso da campanha na cidade Foto: Laura Pagalday Simões/Especial TP

Conforme o secretário de Saúde de Candiota, Fabrício Moraes, o Bibi, a palavra que define a ação e gratidão. “É um sentimento de gratidão para as quase 100 pessoas que chegaram lá, infelizmente algumas não puderam doar. Acredito que o pessoal da Hemopel saiu muito feliz. Vimos jovens de 16 anos, assim como pessoas com mais de 60 anos que já eram doadores e por isso podem permanecer doando. Ficamos muito felizes com a participação das pessoas. Conseguimos ainda direcionar bolsas para dois candiotenses que estão hospitalizados e estamos com uma data pré-marcada para fim de setembro para realizar outra campanha de coleta na cidade. Agradeço a Secretaria de Saúde de Bagé que cedeu profissionais capacitados para fazer as coletas e a nossa de Candiota, de forma especial a todos os colaboradores, só tenho a agradecer a parceria, que não mediram esforços, bem como a Fundação que cedeu o espaço”.

Bibi, que também é doador, falou da emoção de participar. “Foi muito bacana, um dia diferenciado. Costumamos dizer que além de um gesto de doação de sangue, é de solidariedade, de amor ao próximo estar ali podendo salvar a vida de alguém que tu nem sabe quem é. Além de ter promovido tudo isso, também ter tido a oportunidade de ser doador é um momento importante, muito emocionante”, manifestou.

Doadores receberam camisetas da campanha Foto: Laura Pagalday Simões/Especial TP

HEMOPEL – Conforme a assistente social Marcia Lages, do Hemocentro de Pelotas, a situação do estoque é considerada crítica para atender toda a demanda. “Estamos precisando de todos os tipos de sangue”, destacou Marcia.

Questionada sobre que procedimento adotar quem quer ser um doador, ela informa que a pessoa deve procurar o Hemocentro, das 7h30 às 17h30, que está localizado na avenida Bento Gonçalves, nº 4569 (no prolongamento da Bento). Contatos podem ser feitos pelos telefones (53) 32223002 ou (53) 981561209 (WhatsApp).

A profissional alerta para as condições básicas para ser um doador, como ter idade entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feito até os 60 anos), pesar no mínimo 50 kg, estar alimentado, ter dormido pelo menos 6h nas últimas 24hs, apresentar documento oficial com foto, não ingerir alimentos gordurosos antes da doação, quem tem tatuagem (doação após seis meses do procedimento), quem teve Covid-19 (doação 10 dias após estar curado), vacina da Covid-19 (doação após sete dias da vacina).

A assistente social lembra que estão sendo tomadas todas as medidas relativas a prevenção da Covid-19, como distanciamento social, higienização, uso de máscaras e álcool gel. “Lembrando que todo material utilizado é descartado”.

Para os menores de 18 anos – 16 ou 17 anos – é obrigatório estar acompanhado dos pais ou responsável legal. Se não puder o responsável estar junto, necessita um termo de consentimento registrado em cartório.

A respeito da coleta em Candiota, Marcia disse que foi importante para o abastecimento do estoque. “Sabemos que a doação de sangue é uma responsabilidade de toda sociedade, então quando a gente vê uma ação dessas, da forma que foi, onde as pessoas foram lá, realizaram sua doação, ficamos muito contentes pelo abastecimento do nosso estoque. Também porque é somente através deste ato de doação de sangue e amor ao próximo que é possível salvar vidas e ajudar quem está precisando”, afirmou.

“Doar sangue era uma meta e foi muito terapêutico”, diz Oseinhas

Oseinhas, de 16 anos, doou sangue pela primeira vez Foto: Divulgação TP

Conforme apurado pelo Tribuna do Pampa, pessoas de diversas idades participaram da campanha de doação de sangue em Candiota, desde jovens a idosos que já eram doadores e por isso continuam contribuindo. Um dos doadores foi o jovem Oseias da Silva Alves Filho, 16 anos, conhecido como Oseinhas. O estudante do 2° ano do ensino médio da escola Jerônimo Mércio da Silveira, localizada na Vila Residencial, conversou com o jornal e relatou um pouco da experiência.

Questionado pela reportagem sobre a iniciativa de ser doador ainda bastante jovem, Oseinhas relatou sobre a vontade de ser doador. “Desde os 14 anos eu tinha essa vontade de doar sangue, mas não tinha a idade requisitada. Aí este ano fiz o teste do tipo sanguíneo e descobri q meu sangue é O- (O negativo – doador universal), então fiquei com vontade de doar com esperança que meu sangue possa ajudar alguém que precise”.

O jornal também perguntou ao jovem sobre o sentimento de ter doado sangue pela primeira vez. “Fiquei muito feliz, minha família inclusive se orgulhou demais por essa atitude minha, e foi tão ‘terapêutico’ pra mim realizar essa ação, me senti tão bem, porque sempre foi uma meta de vida minha fazer isso. Inclusive, quero sempre que possível doar, e também se um dia alguém precisar de medula óssea, não vou me importar de ajudar, porque são coisas que se produzem em nosso corpo, então não custa doar, principalmente sabendo que pode salvar vidas”, manifestou.

Oseinhas deixa uma mensagem à comunidade, principalmente aos jovens. “Primeiramente quero dizer que nem dói na hora de doar, o fato de estar fazendo uma ação solidária anula qualquer sentimento ruim. E nós jovens, principalmente, temos um corpo e uma saúde melhor que as pessoas mais velhas, que muitas vezes não apresentam problemas de saúde, mas tomam um medicamento que as impossibilita de doar. Então quero fazer um apelo as pessoas a doarem mais sangue, principalmente os jovens, pois já perdi conhecidos por falta de sangue no hospital de Bagé, fatores que contribuíram para a minha vontade de ser doador”, argumentou.

O jovem ainda finaliza. “É um gesto tão gratificante, porque de forma indireta estamos salvando vidas”, concluiu.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

Comentários do Facebook