
Joaquim a lado do filho Marcelo – ex-prefeito e atual vice prefeito de Candiota Foto: Arquivo familiar
Faleceu próximo a meia noite desta sexta-feira (21), na Santa Casa de Bagé, um dos moradores mais antigos de Candiota, o seu Joaquim Gregório, aos 94 anos. De um lucidez invejável, Joaquim, segundo relatou ao TP o filho Marcelo – que é ex-prefeito e atual vice-prefeito de Candiota, foi submetido recentemente a uma cirurgia para remover um câncer de pâncreas, contudo, em função da idade, acabou tendo outras complicações e não resistiu. “Sempre pedi para que a passagem dele fosse sem sofrimento e graças a Deus foi isso que aconteceu. Ele estava lúcido até o fim e não sofreu”, disse Marcelo.
O espírito empreendedor e da busca pelo novo de Joaquim Gregório, sempre correu em suas veias. Foi assim que na década de 1950, ele saiu da sua terra natal, a distante Bragança Paulista, no interior de São Paulo, em direção a terra de carvão mineral, que época já prometia prosperidade e empregar toda a gente com a exploração mineral e o início da construção de uma usina que iria gerar energia elétrica, a Candiota I.
A bordo de um Simca Chambord – um automóvel exuberante da época, produzido com tecnologia francesa, Joaquim chegou por essas bandas. Aliás, foi o primeiro carro desta marca na localidade. Empregado na Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Joaquim tinha tino para oportunidade de negócio. Pediu as contas e comprou equipamentos para prestar serviços à estatal. Isso tudo já na década de 1960 – mesma época que conheceu a dona Izolete – companheira de 65 anos de casamento. Além do trabalho por empreitada, Joaquim foi o primeiro a instalar uma padaria em Candiota, na Vila Residencial. Também foi o primeiro a adquirir uma televisão colorida, reunindo a vizinhança para assistir a novidade.
O casal adotou dois meninos, Marcelo e Márcio (este já falecido). Em meados da década de 1980, Joaquim foi reincorporado na CEEE, quando se aposentou na década seguinte. Além disso, ele foi ecônomo por anos do CTG Candeeiro do Pago e do Clube da Residencial.
Inquieto, o paulista de nascimento, mas candiotense de coração jamais deixou e empreender. Segundo o filho Marcelo, agora estava nos seus projetos o cultivo de uma horta. “Ah, e sempre fazendo briques, pois briquear era com ele”, lembrou Marcelo.
O corpo de Joaquim está sendo velado na Capela Municipal, no centro da cidade e sepultamento está marcado para às 15h deste sábado (22), no Cemitério local.
Ele deixa a esposa Izolete, o filho Marcelo, os netos Marcelinho e Carolina, além de um legado de perseverança para a cidade.
O prefeito Luiz Carlos Folador, em nota, lamentou profundamente a morte de Joaquim e decretou três dias oficiais de luto.