HISTÓRIA

Candiotense cria poema em homenagem aos Lanceiros Negros

O candiotense Roberto Vieira Ortiz, 62 anos, publicou em suas redes sociais um trecho do poema que ele fez em homenagem aos Lanceiros Negros, denominado como “Os Lanceiros Negros, Heróis Verdadeiros”, que foi criado para ser recitado em um evento que iria acontecer no Sítio dos Porongos, em Pinheiro Machado.

Roberto contou que a criação do poema, além de ser uma homenagem aos lanceiros, também é uma homenagem ao seu pai que
faleceu no dia do seu aniversário de 21 anos. “Ele estava num mundo de gente morta e eu, sua família e amigos estamos no mundo dos
vivos e não há comunicação entre estes dois mundos”, explicou.

HISTÓRIA SOBRE O POEMA

Em relação ao poema, Roberto que é um dos líderes da Negritude Socialista Brasileira (NSB) de Candiota, além de ser um Quilombola, ele juntamente com o grupo prepararam algumas atividades relacionadas a Semana da Consciência Negra, incluindo o ato pelo reconhecimento da história dos Lanceiros Negros que estava marcado para acontecer no dia 12 de novembro, no Sítio dos Porongos
em Pinheiro Machado, o que não foi possível pelas condições climáticas do dia. “Um dos momentos seria a declamação deste poema, como não foi possível, eu recitei ele no último dia 26 de novembro”, contou.

POEMA

OS LANCEIROS NEGROS, HERÓIS VERDADEIROS

Nas coxilhas do sul onde o vento assobia,
Cavalgam lanceiros, negros gaúchos,
bravos guerreiros, Os Lanceiros Negros,
HEROIS VERDADEIROS.
Sob o céu cor de anil, suas lanças reluzem
tamanha coragem, que no peito traduzem
Os Lanceiros Negros, HEROIS VERDADEIROS.
No galope veloz, ecoam histórias
das lanças mortais, dos gaúchos temidos
É Os Lanceiros Negros, HEROIS VERDADEIROS.
Pelas vastas coxilhas, sua saga se traça
o inimigo tropeça, no braço armado
tamanha virtude, de um povo amado
Os Lanceiros Negros, HEROIS VERDADEIROS,

pra sempre lembrados.

Pelos campos do Rio Grande, rincão sem igual
Guardam memória, da história de um mal
Da trama cruel do seu líder infi el,
Os Lanceiros Negros, HEROIS VERDADEIROS,

morreram em vão.

Nas festas campesinas, o tropel que ressoa
da tradição que entoa, dos guardiões do Sul
Na luta desigual, brigaram como bagual
Porongos chora, lamentos agora.
LANCEIROS NEGROS, HEROIS VERDADEIROS,

descansem em paz!

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook