TRAGÉDIA

Tristeza e destruição definem os últimos dias vivenciados em grande parte do Rio Grande do Sul

Senado aprovou estado de calamidade pública até 31 de dezembro de 2024

O cenário que fez a população ficar em choque e entristecida com as cheias no Vale do Taquari em setembro de 2023, voltou a assombrar, e desta vez com força total, o Estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias. Dos 497 municípios gaúchos, 435 já foram afetados pela chuva, resultando em mais de 69. 617 mil pessoas em abrigos, cerca de 337.1 16 mil desalojados, cerca de 1.916. 070 milhão de pessoas afetadas, 756 feridos, 146 desaparecidos, 113 óbitos confirmados e um em investigação, segundo informações do site Governo RS neste dia 10, às 9h.

A chuva que ganhou força no último dia 29 de abril, já superou os impactos gerados em setembro de 2023. Até o momento, as regiões mais afetadas são os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí, além do Guaíba, na grande Porto Alegre.

 

RELEMBRE OS ACONTECIMENTOS

Encantado (foto) está entre os municípios mais afetados Foto: Diego Vara/Especial TP

De acordo com o Portal G1, em 27 de abril, o primeiro temporal aconteceu, sendo que alguns municípios do Vale do Rio Pardo tiveram impactos provocados pelas chuvas e granizo. Neste dia, Santa Cruz foi uma das mais afetadas. No dia seguinte, a Defesa Civil informou que cerca de 15 municípios haviam registrado os impactos.

Em 29 de abril, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho para um elevado volume de chuva na metade do RS, e desde então a situação só agravou. No dia 30, o Estado registrou as primeiras mortes em razão dos temporais e ao entardecer, oito óbitos eram contabilizados.

Já em 1º de maio, estradas foram bloqueadas em diversas regiões, sendo que um trecho da BR-290 em Eldorado do Sul foi arrastado pela força da água. No mesmo dia, a Prefeitura de Cachoeira do Sul divulgou a decisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do fechamento total da ponte do Fandango, principal acesso à cidade pela BR-153. Desde então, a edição impressa do Tribuna do Pampa não pôde circular, em razão da gráfica estar localizada no município. Poucos dias depois e pela primeira vez na história, a água do rio Jacuí ultrapassou o nível da ponte.

Ainda em relação as estradas, uma ponte foi arrastada em Santa Tereza enquanto a prefeita da cidade falava sobre a situação. Em Santa Maria, uma ponte também não suportou a força da água no quilômetro 228 da RSC-287. O número de mortes começou a subir, e imagens transmitidas na TV e reproduzidas nas redes sociais começaram a trazer ainda mais inseguranças, como o vídeo de uma mulher sendo arrastada pela correnteza em Candelária, ou do homem que esperou cerca de 15 horas por socorro estando preso no carro em meio a água, entre Cachoeira e Rio Pardo.

Em 2 de maio, o governador Eduardo Leite, decretou estado de calamidade pública. Atingindo o maior nível da história, o rio Taquari passou os 30 metros de altura. Localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves, a barragem 14 de julho rompeu parcialmente.

Já em Porto Alegre, o Guaíba começou a subir e ultrapassou a cota de inundação, com 3,63 metros. Ao longo dos dias, o nível da água teve elevação e alcançou mais de 5 metros, superando a enchente de 1941 após 83 anos. O caos começou na capital em 3 de maio, e o Rio Grande do Sul já contabilizava 39 mortes. O trânsito foi bloqueado nas duas pontes do Guaíba, em razão da alta do rio Jacuí e irregularidades aparentes, após a colisão de duas embarcações contra a estrutura da ponte nova. A rodoviária, ruas do Centro Histórico, centros de treinamentos do Grêmio e do Internacional, entre outros pontos, foram alcançados pela água.

A água do Guaíba invadiu as ruas de Porto Alegre Foto: Divulgação TP

O Aeroporto Internacional Salgado Filho foi fechado, situação que deve permanecer até o próximo dia 30, cancelando chegadas e partidas. Após alagar, a rodoviária também suspendeu as viagens. Cidades como Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba, localizadas na Região Metropolitana de Porto Alegre, começaram a inundar.

 

APOIO AOS RESGATES

 

Uma grande força-tarefa começou a ser montada por autoridades e voluntários, com barcos e motoaquáticas para ajudar as pessoas que ficaram isoladas, esperando por resgate em telhados e viadutos. De todas as partes do Estado assim como do país, militares, bombeiros e socorristas deslocaram as áreas afetadas para auxiliar nos resgates, inclusive profissionais que auxiliaram em buscas na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais.

LAGUNA DOS PATOS

 

No último dia 6, com a elevação do Guaíba, o nível da água na Laguna dos Patos também começou a subir, afetando cidades da Costa Doce, tais como São Lourenço do Sul, Rio Grande e Pelotas apesar da água desaguar de forma lenta no Oceano Atlântico pelo canal que dá acesso ao Porto de Rio Grande. Diversos alertas foram emitidos, e pessoas destes municípios também precisaram sair de suas casas e irem para abrigos por segurança. Nesta quinta-feira (9), a Prefeitura de Pelotas divulgou que às 9h, cerca de 486 moradores já estavam abrigados. Em São José do Norte, a balsa que faz travessia com Rio Grande também está em alerta, estando suspensa travessia de lanchas.

Para a região, militares e bombeiros da região Sul também foram designados para auxiliar a população.

 

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