VOLTA ÀS AULAS

Candiotense fala sobre a importância da inclusão no âmbito escolar por meio de um audiovisual

Kelinha Moraes tem paralisia cerebral

Pamela e Kelinha elencaram vários tópicos durante o vídeo Foto: Reprodução TP

Com o retorno do ano letivo se aproximando, pais, alunos e professores se preparam para os novos desafios a serem encarados durante o período escolar. Pensando no assunto, a candiotense Crisele Teixeira Moraes, mais conhecida como Kelinha, 39 anos, pensou em fazer um audiovisual falando sobre a importância da inclusão na escola e divulgar nas redes sociais.

Com base em um vídeo sobre a mesma pauta, Kelinha convidou a amiga Pamela Verber, que é mãe de Heitor que tem autismo, para falarem sobre o assunto, porém, voltado principalmente para os pais de alunos sem deficiência, explicando as diferenças e mostrando que pessoas especiais não são de outro mundo,  apenas possuem algumas limitações.

 

AUDIOVISUAL

 

Ao iniciar o vídeo, Pamela fala que nunca teve um colega com deficiência. Na sequência, Kelinha se apresenta e conta que tem paralisia cerebral e que já foi impedida de estudar por uma escola. No restante do material divulgado, a dupla elenca diversos tópicos sobre o assunto, destacando que são de uma geração em que a inclusão escolar não existia.

“Hoje, somos parte de um movimento que luta para efetivar a inclusão, e para que isso realmente aconteça, gostaríamos de evidenciar algumas atitudes: Professor conheça seu aluno com deficiência, física ou invisível, e saiba adaptar o meio para atender melhor a necessidade dele; Pais típicos, converse com o seu filho sobre as diferenças e que o colega com deficiência não é o louquinho, esquisito ou doentinho, é apenas uma criança com limitações que só quer um amigo”, abordam em parte do vídeo.

 

INCLUSÃO

 

Em relação a sua inclusão na escola, Kelinha contou que foi bem complicada, pois se hoje em dia já é difícil, imagina nos anos 90 quando não se falavano assunto. A candiotense ainda destacou que o apoio da famílias e de algumas pessoas próximas, ajudou muito. “É graças a elas que cheguei ao ensino superior”, disse ela, relembrando que nunca teve acompanhamento de monitor.

Ao ser questionada sobre a maneira que enxerga o ensino atualmente, ela disse que vê muito avanço na tecnologia assistida, mas que ainda há uma grande barreira a ser vencida, o capacitismo. “Esse é o nome do preconceito com as pessoas com deficiência”, informou.

Militante das causas voltadas à inclusão, há cerca de um ano Kelinha trocou a graduação em Letras pelo Serviço Social. Segundo ela, não estava satisfeita e queria fazer algo para dar retorno em sua vida, e assim, ajudar as pessoas a lutarem por seus direitos. “Sou vice-presidente do Compede Bagé, e através de uma amiga conheci o Centro Educacional do Pampa, local onde faço minha faculdade, que me acolheu muito bem e me dá todo o suporte necessário. É ótimo estudar em um lugar onde se é respeitada”, concluiu.

Kelinha saiu de Candiota há quatro anos, e atualmente reside em Bagé. O audiovisual está disponível no seu perfil do Instagram, @kelinha.moraes.96.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook