Carreira solo

Carreira solo refere-se à carreira de um músico que canta ou toca instrumentos sozinho, ao contrário de pertencer a uma banda musical. É comumente usado no Brasil para definir o trabalho de um músico que pertencia a um conjunto, mas que o deixou para prosseguir com projetos próprios.

Lula é um artista ao seu jeito. Houve momentos em que liderava uma banda, numa orquestra sinfônica era o maestro. Deve lembrar com saudade desses tempos. Nos dias atuais é um personagem importante tocando a vida em carreira solo.

Se Lula fosse um general comandando um exército, este não teria coroneis, nem majores, nem capitães. Faltando pouco tempo para as próximas eleições, Lula só pode contar com ele e quase nada além dele.

Além dele, Lula só pode contar certamente com a incompetência da oposição. De 30 em 30 anos aparece um ‘fora do esquadro’ para ser a redenção da direita: Jânio Quadros no início dos anos 60 do século passado, Collor de Mello, no início dos anos 90 do mesmo século e Bolsonaro no final dos anos 20 do século 21.

Para acompanhar Lula entre os candidatos do campo da esquerda anda por aí um certo Ciro Gomes, que na última eleição disse, de novo, que não concorreria novamente se perdesse e pelo jeito vem, de novo. E vai perder de novo porque o discurso segue o mesmo, as mesmas maneiras de se dirigir ao povo e a mesma forma de não ser entendido. E ele se acha muito inteligente.

“Lula vai para o combate na próxima eleição com seu partido de poucas lideranças expressivas e de alguns aliados de expressão duvidosa ou nenhuma. Vai levando sua carreira solo e daqui a pouco afina o instrumento e ganha de novo.”

O lado chamado de direita terá bons candidatos, entre eles Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado. Há quem aposte suas fichas em Bolsonaro, mas nem os da direita querem saber de Bolsonaro.

Com Lula, o Brasil não está nem muito mal, nem muito bem. Com taxa Selic, que regula os juros, em 13,25% não há governo que consiga empurrar o país pra frente, embora o crescimento do PIB do país em 2024 tenha ficado de bom tamanho, estimado em 3,5%.

Lula parece que não acertou na publicidade do governo.

Com a Bolsa de Valores em mais de 127 mil pontos não há como sustentar um discurso de que o governo atrapalha a economia. Com Selic alta, a Bolsa nas alturas desafia a lógica e mostra um cenário de empresas fortes e valorizadas.

Com o dólar comercial em R$ 5,70 quando escrevo, o pico de desvalorização da moeda brasileira já passou.

Então, por que o governo não está sendo bem avaliado?

O preço da gasolina. A inflação no ramo dos alimentos, que pode ser temporária. A pouca empatia de parte significativa do povo com um presidente que está velho. Em boa forma aparentemente, mas para a juventude é um velho.

Lula vai para o combate na próxima eleição com seu partido de poucas lideranças expressivas e de alguns aliados de expressão duvidosa ou nenhuma. Vai levando sua carreira solo e daqui a pouco afina o instrumento e ganha de novo.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO

 

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